Médica com câncer removeu próprios grampos cirúrgicos após lockdown
Em meio à pandemia do novo coronavírus, na qual chegou a trabalhar turnos de 10 horas, a médica britânica Jessi Tucker, 40, recebeu uma notícia: ela poderia ter só nove meses para viver. Pouco após começar a trabalhar na linha de frente do combate à covid-19, ela foi diagnosticada com um câncer de pele.
Apesar disso, ela mantém seu otimismo. "Eu ainda não acabei. Eu não acho que vou morrer neste ano ou que passei meu último Natal", afirmou ela ao Bristol Live.
O câncer da médica se mostrou agressivo e avançou para seus pulmões. Lutar conta a doença durante a crise do coronavírus foi mais desafiador para ela, que não consegue ver amigos e precisou contar a notícia para seus pais por meio de uma chamada de vídeo.
Cinco minutos antes de receber a notícia de que estava com câncer, ela estava no telefone tentando aumentar sua carga horária para ajudar mais durante a pandemia.
"Eu senti que o chão tinha saído dos meus pés, tudo ficou estático. Foi muito surreal, como entrar em um pesadelo. Depois que a ligação terminou, eu gritei. Nunca tinha feito esse som antes. Meu corpo tremeu. Eu xinguei, eu chorei", reclamou.
Em uma semana, ela precisou ser levada às pressas para o hospital realizar uma cirurgia, uma vez que as clínicas iriam entrar em lockdown devido à crise do coronavírus. Realizado o procedimento, ela precisou remover seus próprios grampos cirúrgicos, sendo que boa parte das clínicas seguiam fechadas.
"Eu fiquei muito lisonjeada de ter uma equipe tão maravilhosa durante o processo e de ter sido tratada pelo Serviço Nacional de Saúde. Mas não há dúvidas que o coronavírus fez tudo mais desafiador", declarou.
Jessi segue em tratamento e tem se mantido otimista: "Me sinto esperançosa, não me vejo como uma vítima".
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