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Navalny, opositor de Putin, é condenado à prisão em regime fechado

Do tempo de condenação, Navalny deverá cumprir dois anos e cinco meses em regime fechado - Reuters
Do tempo de condenação, Navalny deverá cumprir dois anos e cinco meses em regime fechado Imagem: Reuters

Do UOL, em São Paulo

02/02/2021 16h27

O advogado Alexey Navalny, 44, opositor do presidente russo Vladimir Putin, foi condenado a três anos e cinco meses de prisão hoje por violar sua liberdade condicional. A decisão foi tomada pelo Tribunal Distrital de Simonovsky, que se reuniu para a sessão no Tribunal de Moscou.

Do tempo de condenação, Navalny deverá cumprir dois anos e cinco meses em regime fechado. A decisão se baseou no fato de que Navalny cumpriu um ano de regime domiciliar pela pena imputada contra ele em 2014.

O processo julgado hoje foi aberto após uma denúncia do FSIN (Serviço Penitenciário Federal, na sigla em português) no fim de dezembro de 2020.

Segundo o órgão, o opositor não compareceu em sete audiências com o juiz de vigilância por conta de uma condenação deferida em 2014, quando foi condenado sob acusação de ter desviado 26 milhões de rublos (cerca de R$ 1,9 milhão) de uma empresa francesa de cosméticos.

Em sua defesa, Navalny argumentou que não compareceu às audiências porque estava em tratamento médico na Alemanha, para onde foi transferido em coma após um envenenamento sofrido com uma substância do tipo novichock em agosto de 2020.

Sobre o envenenamento, o advogado acusa o governo russo de tentar matá-lo, enquanto o Kremlin diz que o opositor se envenenou de propósito.

Durante a sessão de hoje, Navalny afirmou que a acusação de violar sua condicional era "absurda" e que Putin "entrará para a história como um envenenador".

No processo, o FSIN argumentou que Navalny teve alta no dia 20 de setembro de 2020 e que, em meados de outubro, já havia superado "todas as consequências da doença", o que permitiria que se apresentasse às autoridades.

Um dos advogados do líder da oposição, Vadim Kobzev, também afirmou que havia notificado o órgão penitenciário de que o cliente não compareceria às audiências, e que Alexander Yermolin, representante do FSIN, estava ciente, pois assinou o recibo.

O opositor de Putin só retornou ao país em 17 de janeiro e foi preso ainda no avião que foi de Berlim, na Alemanha, para Moscou. No dia seguinte, ele foi enviado preventivamente para a prisão.

Aliados do opositor já convocaram novas manifestações pela liberdade do advogado, que se tornou a principal face da oposição a Putin nos últimos anos.

* Com informações da Ansa e da EFE, em Moscou (Rússia)