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Governo gastou R$ 65 mi para ajudar volta de 38,7 mil brasileiros em 2020

25.mai.2021 - Passageiros no Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos  - Fepesil/TheNews2/Estadão Conteúdo
25.mai.2021 - Passageiros no Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos Imagem: Fepesil/TheNews2/Estadão Conteúdo

Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

20/06/2021 14h00Atualizada em 20/06/2021 17h56

O governo federal gastou R$ 65 milhões para ajudar no retorno de 38.722 brasileiros ao Brasil ao longo da pandemia do novo coronavírus, em 2020, mostra documento do Itamaraty enviado à CPI da Covid.

A verba buscou assistir e repatriar brasileiros retidos no exterior devido ao cancelamento de voos ou outras restrições relacionadas à pandemia.

As companhias aéreas começaram a diminuir a oferta de voos disponíveis em março do ano passado e, em seguida, inúmeros voos internacionais foram cancelados para evitar a propagação do coronavírus. Desde então, a quantidade foi drasticamente reduzida no Brasil.

Dessa forma, milhares de brasileiros que estavam no exterior e que precisavam ou queriam voltar ao Brasil não conseguiram fazê-lo. O Itamaraty então buscou intermediar esse retorno.

Segundo o ministério, em torno de 27 mil brasileiros foram repatriados diretamente mediante fretamento de voos, contratação de ônibus ou compra de passagens.

Outros 11 mil brasileiros foram ajudados por meio de variados tipos de apoio da rede consular brasileira no exterior.

Há cidadãos nacionais que foram ajudados pelo Itamaraty, mas retornaram ao Brasil com recursos próprios. A quantidade não é detalhada no documento enviado para a Comissão Parlamentar de Inquérito.

No valor gasto pelo governo foram consideradas despesas com fretamento de voos e ônibus para repatriação, hospedagem, remédios e alimentação, por exemplo.

A maior parte dos recursos veio de dotações especiais aprovadas por Medidas Provisórias, aponta o documento à CPI.

A maioria dos brasileiros ajudados estava na América do Sul, com destaque à Bolívia e à Argentina, e na Europa, com destaque a Portugal e à Itália. O maior custo proporcional, porém, se deu na ajuda na Ásia e na Oceania.

Confira os valores gastos e a quantidade de brasileiros assistidos por região:

  • África: R$ 8,2 milhões - 3.097 brasileiros;
  • América do Norte, Central e Caribe: R$ 5,3 milhões - 2.706 brasileiros;
  • América do Sul: R$ 4 milhões - 18.130 brasileiros;
  • Ásia e Oceania: R$ 23,5 milhões - 2.410 brasileiros;
  • Europa: R$ 21,6 milhões - 11.706 brasileiros;
  • Oriente Médio: R$ 2,2 milhões - 673 brasileiros.

As ações do governo federal se intensificaram justamente no final de março de 2020. O único voo de repatriação antes disso foi o que buscou um grupo de 30 brasileiros que estava em Wuhan, na China, epicentro inicial da pandemia. O grupo chegou a Goiás em aviões da FAB (Força Aérea Brasileira) em 9 de fevereiro e ficou em quarentena na Base Aérea de Anápolis antes de cada um voltar aos estados de origem.

"O ano de 2020 foi absolutamente atípico para a área consular do Ministério das Relações Exteriores. A repatriação de brasileiros em situação de desvalimento no exterior, que é uma ação permanente do Itamaraty, adquiriu proporção muito maior, em razão da pandemia e das dezenas de milhares de nacionais que se viram retidos no exterior com o cancelamento dos voos de retorno", informou, em nota.

Neste ano, até o momento, o valor gasto pelo Itamaraty com a repatriação de brasileiros foi de aproximadamente US$ 16,8 mil - cerca de R$ 84,5 mil na cotação atual -, fora assistência consular.

"Embora certas restrições tenham permanecido em 2021, a questão mais emergencial, que era a indisponibilidade absoluta de voos, não mais se verifica, de maneira que os números retornaram a seu patamar normal no corrente ano", disse a pasta.