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Eu ajudei os EUA e agora eles devem me ajudar, diz intérprete afegão

17.ago.2021 - Membros do Taleban circulam armados por uma área de comércio popular em Cabul, no Afeganistão - Hoshang Hashimi/AFP
17.ago.2021 - Membros do Taleban circulam armados por uma área de comércio popular em Cabul, no Afeganistão Imagem: Hoshang Hashimi/AFP

Colaboração para o UOL

17/08/2021 13h30

Um intérprete afegão que trabalhou com militares dos Estados Unidos no Afeganistão, disse se sentir abandonado. Ele precisou fugir do país e busca apoio para conseguir um Visto Especial de Imigrante.

"Como ajudei o exército dos Estados Unidos por 10 anos, como irmãos, agora preciso da sua ajuda. Quando eles precisaram da minha ajuda, eu os ajudei. Agora eu preciso da sua ajuda, eles devem me ajudar", disse, em entrevista à rede de televisão americana CNN.

Segundo o intérprete, ele enfrentou um longo processo para conseguir uma entrevista com a embaixada dos EUA. Quando isso finalmente aconteceu, seu visto foi rejeitado.

Por temer que o Taleban o ataque, o homem não apareceu na câmera, falando apenas por telefone, e permaneceu anônimo. O intérprete disse acreditar que, caso não fugisse, morreria. Afirmou, ainda, que na visão dele, o país se tornará violento sob o domínio do grupo fundamentalista islâmico.

"À noite, eles vêm para suas casas, colocam granadas de mão neles, matam seus filhos, matam os intérpretes. Portanto, os intérpretes são as pessoas que eles nunca vão perdoar", disse ele.

Segundo o afegão, o Taleban se refere aos intérpretes como "inimigo mais perigoso" porque eles são os "olhos na frente das forças dos EUA". Por ter exercido a função por tanto tempo, ele se diz "altamente conhecido e visado" pelo grupo.