Médico 'domador de crocodilos' é condenado por fraude de R$ 528 mi na saúde
O médico norte-americano Francisco Patino, conhecido por se exibir nas redes sociais imobilizando crocodilos, foi condenado ontem por operar um esquema de fraude de assistência médica que causou o dano de R$ 528 milhões (US$ 100 milhões) ao sistema de seguro de saúde federal.
De acordo com Departamento de Justiça dos Estados Unidos, o médico - que se identificava nas redes sociais como "Frank Patino" - arquitetou um esquema dentro do Medicare - seguro de saúde gerido pelo governo norte-americano destinado a pessoas acima de 65 anos.
Os procuradores federais expuseram ao júri que Frank Patino aplicou injeções espinhais desnecessárias em pacientes em troca de prescrições de altas doses de opioides, uma droga com efeito analgésico, com finalidade de receber reembolsos.
"Em troca de opioides, esses pacientes receberiam (ou seriam cobrados como se tivessem recebido) injeções nas articulações facetárias ou bloqueio de nervos, ambas injeções espinhais lucrativas. Embora essas injeções espinhais fossem supostamente destinadas a tratar a dor crônica, evidências no julgamento demonstraram que Patino injetou pacientes sem levar em conta a necessidade médica", relatou comunicado do Departamento de Justiça.
A aplicação dessas injeções consideradas desnecessárias, segundo a acusação, permitia Patino cobrar do Medicare os valores pelos procedimentos. De janeiro de 2012 a julho de 2017, o médico foi o provedor que mais cobrou injeções do seguro de saúde no país.
De acordo com a acusação, "parte considerável dos lucros da fraude de Patino foi dedicada à promoção de um programa de dieta especializada e um livro de estilo de vida e bem-estar".
Ele também teria usado o dinheiro para pagar a lutadores de MMA para promover o que chamava de "Dieta Patino".
O médico ganhou fama nas redes sociais ao posar ao lado de lutadores e de mulheres de biquínis, além de "enfrentar" crocodilos.
A condenação de Patino abrange as acusações de conspiração para cometer fraude de saúde e fraude eletrônica, pagar e receber propinas de saúde e lavagem de dinheiro. A previsão é de que ele receba sua sentença a partir de 20 de janeiro de 2022, que pode chegar à prisão perpétua, conforme pediram os procuradores federais.
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