Equador: quem é Guillermo Lasso, presidente que declarou estado de exceção
Guillermo Lasso, presidente do Equador, declarou estado de exceção, com a justificativa de combate à violência e ao tráfico de drogas no país. Assim, os militares equatorianos passam a ter uma proteção especial, ou imunidade, para atuarem sem risco de serem processados por suas ações.
O estado de exceção, que vale por 60 dias no território nacional e com ênfase em províncias com maior índice criminal, gera pressão pela aprovação de reformas governistas. O contexto atual envolve a oposição ameaçando destituir Lasso, e o presidente advertindo que poderá dissolver o Parlamento.
Mas quem é Guillermo Lasso? Até ano passado, ele era conhecido por suas tentativas de chegar à presidência do país. Lasso é conhecido por sua postura conservadora na política e integra o movimento de direita no Equador. A posse, em maio deste ano, contou com a presença do presidente brasileiro Jair Bolsonaro (sem partido).
O agora presidente ocupou outros cargos públicos e fez carreira como banqueiro, sendo um dos homens mais ricos do Equador.
Depósitos em offshores
Apesar de vir de uma família de classe alta, a fortuna de Lasso é atribuída, pelo menos em parte, a seus depósitos em offshores, ou seja, empresas fora do país de origem e localizadas em paraísos fiscais.
No início do mês, o nome do atual presidente equatoriano surgiu na investigação Pandora Papers, do ICIJ (Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos), cujos parceiros no Brasil são a revista Piauí e o site Poder360.
A apuração apontou que Lasso inativou 10 de suas 14 offshores —ele nega ter relação ou receber benefícios das outras contas. "Sempre cumpri a lei equatoriana que proíbe candidatos e funcionários públicos de manter empresas offshore, como indiquei em minhas declarações juramentadas", respondeu Lasso, em uma carta enviada pelo ICIJ.
Em uma reportagem de 2017, o jornal argentino Página 12 afirmou ter obtido informações indicando que Lasso estaria ligado a 49 contas offshore. Além disso, os dados mostrariam que entre 1999 e 2000 a fortuna do agora presidente passou de US$ 1 milhão para US$ 31 milhões declarados.
Aumento de tensões
Apesar de ter sido eleito recentemente, o governo Lasso já causa grandes tensões no país. O presidente tem ameaçado o Parlamento com um instrumento previsto na Constituição de 2008 chamado de "morte cruzada". Assim, caso os opositores se coloquem contra as reformas que deseja passar, ele poderá dissolver o Parlamento.
Caso chegue a esse ponto, o Conselho Nacional Eleitoral deverá realizar novas eleições gerais, inclusive para presidente. Mas até o novo pleito ser organizado, Lasso seguiria governando o Equador.
Bolsonaro esteve na posse de Lasso
Lasso concorreu à presidência do Equador em 2013, 2017 e 2021, saindo vitorioso apenas da última vez. Ele tentou o pleito pelo Movimento CREO (Criando Oportunidades), do qual é fundador e presidente.
A posse, em maio deste ano, contou com a presença de Bolsonaro. Na época, chamou a atenção o fato de o presidente brasileiro ter respeitado os protocolos sanitários em meio à pandemia da covid-19 e ter utilizado máscara de proteção individual, o que não era visto e ainda é raro durante as aparições dele no Brasil.
Antes de alcançar a presidência do país amazônico, Lasso foi governador de Guayas entre 1998 e 1999. Logo depois, se tornou Ministro de Economia e Energia. Em 2003, assumiu o cargo de Embaixador Itinerante do Equador.
*Com informações da agência RFI.
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