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Sul-coreanos dizem que Coreia do Norte lançou míssil a partir de submarino

Coreia do Sul suspeita que projétil seja um míssil balístico lançado a partir de um submarino - Reuters
Coreia do Sul suspeita que projétil seja um míssil balístico lançado a partir de um submarino Imagem: Reuters

Em Seul (Coreia do Sul)

19/10/2021 06h34Atualizada em 19/10/2021 06h37

A Coreia do Norte lançou no mar um míssil balístico a partir de um submarino, afirmou hoje o o exército sul-coreano, no mais recente de uma série de testes bélicos de Pyongyang nas últimas semanas.

"Nosso exército detectou um míssil balístico de curto alcance não identificado, que suspeitamos ser um SLBM, disparado pela Coreia do Norte", afirmou o Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul em um comunicado. SLBM é a a sigla em inglês para Míssil Balístico Lançado de Submarino.

Coreia do Sul e Estados Unidos tinham indícios de que a Coreia do Norte estaria desenvolvendo um SLBM, depois que o país fez um lançamento subaquático recentemente, embora analistas acreditem que Pyongyang executou a operação a partir de uma plataforma submersa, e não de um submarino.

A península vive uma espécie de corrida armamentista, desde que o Sul lançou em setembro seu primeiro SLBM e apresentou seu primeiro míssil de cruzeiro supersônico.

O míssil foi disparado da localidade costeira de Sinpo em direção ao mar da península, segundo o Estado-Maior Conjunto do Sul. Sinpo é um grande estaleiro naval e fotografias de satélites apontaram a presença de submarinos na região.

Após o lançamento de hoje, a presidência sul-coreana anunciou a convocação de uma reunião do Conselho Nacional de Segurança. O governo dos Estados Unidos condenou o lançamento e exigiu que a Coreia do Norte "abstenha-se de qualquer outra ação desestabilizadora".

"Estamos a par do lançamento esta manhã de um míssil balístico norte-coreano no Mar do Japão e mantemos consultas muito próximas com a República da Coreia (do Sul) e Japão", afirmou o Comando do Indo-Pacífico dos Estados Unidos em um comunicado.

O comando também disse que o disparo "não representa uma ameaça imediata para as pessoas ou ao território americano", nem aos aliados do país.

A Coreia do Norte, que possui armas nucleares, testou nas últimas semanas mísseis de cruzeiro de longo alcance, uma arma lançada a partir de um trem e o que anunciou como um míssil hipersônico, o que provocou uma consternação internacional.

Também organizou uma rara exibição de armas que incluiu o gigantesco míssil balístico internacional, apresentado em um desfile militar noturno no ano passado.

O dirigente Kim Jong-un, cujo governo estimulou um avanço rápido da tecnologia militar, culpou na semana passada os Estados Unidos pelas tensões provocadas pelos testes de armas e negou ter intenções hostis.

Via diplomática

O país enfrenta sanções internacionais por seus programas de armas nucleares e balísticas. O lançamento mais recente coincidiu com o pedido de um enviado americano para iniciar negociações com Pyongyang.

"Buscaremos a via diplomática com a RPDC (República Popular Democrática da Coreia) para aumentar a segurança dos Estados Unidos e de nossos aliados", declarou Sung Kim, representante especial de Washington para a Coreia do Norte, que se referiu ao país com a sigla de seu nome oficial.

"Não temos nenhuma intenção hostil a respeito da RPDC e esperamos nos reunir em breve com eles, sem condições", afirmou.

Ao mesmo tempo, ele explicou que os aliados têm "a responsabilidade de implementar as resoluções do Conselho de Segurança da ONU", em referência às sanções internacionais.

O presidente sul-coreano, Moon Jae-in, pressiona para que os dois países divulguem uma declaração formal de que a Guerra da Coreia terminou: as hostilidades chegaram ao fim em 1953 com um armistício, não com um tratado de paz.

Kim Jong-un se reuniu três vezes com o ex-presidente americano Donald Trump, que afirmou ter impedido uma guerra, mas não alcançou um acordo para acabar com o programa nuclear norte-coreano.

O processo de conversações está paralisado desde que um encontro no Vietnã terminou em fracasso pelas divergências sobre a suspensão das sanções e o que Pyongyang ofereceria em troca.

O atual presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, prometeu buscar a desnuclearização por meio da diplomacia.