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Crise de energia: Rússia sinaliza que quer algo em troca para ajudar Europa

16.jun.2021 - O presidente russo, Vladimir Putin, gesticula enquanto fala durante uma entrevista coletiva após sua reunião com o presidente dos EUA, Joe Biden, em Villa La Grange em Genebra, na Suíça.  - Alexander Zemlianichenko / Pool via REUTERS
16.jun.2021 - O presidente russo, Vladimir Putin, gesticula enquanto fala durante uma entrevista coletiva após sua reunião com o presidente dos EUA, Joe Biden, em Villa La Grange em Genebra, na Suíça. Imagem: Alexander Zemlianichenko / Pool via REUTERS

Colaboração para o UOL

19/10/2021 11h23

Em meio ao desabastecimento de gás na Europa que ameaça se estender pelo inverno, a Rússia quer utilizar a oportunidade de ajudar para receber algo em troca. O país deve tentar barganhar a aprovação da Alemanha e da União Europeia na questão do controverso gasoduto Nord Stream 2.

Fontes do Kremlin e da Gazprom, maior empresa de energia da Rússia, ouvidas pela Bloomberg confirmaram que essa é a intenção. "Não podemos socorrer apenas para compensar erros que não cometemos", disse Konstantin Kosachyov, um dos principais legisladores pró-governo na Câmara dos Deputados, sem especificar o que a Rússia deseja em troca.

"Tudo o que está além disso deve ser objeto de acordos voluntários adicionais e mutuamente benéficos", completou. Se aprovado, o Nord Stream 2 fornecerá gás para a Alemanha, mas críticos apontam que o gasoduto deixará as nações europeias mais dependentes da energia russa.

Atualmente, os reservatórios de gás na Europa sofreram diminuição e, com isso, o preço do produto subiu 350% na fatura dos clientes. Mesmo antes da crise de energia, a Rússia já era o maior fornecedor de gás para os países europeus, que agora temem enfrentar o inverno desabastecidos.

Em uma conferência na semana passada, o presidente russo Vladimir Putin confirmou que a nação pode exportar mais energia para a Europa, mas lamentou a demora na aprovação do gasoduto Nord Stream 2.

Se pudéssemos aumentar as entregas por esta via, isto aliviaria substancialmente a tensão no mercado europeu de energia. Entretanto, não podemos fazer isto por causa das barreiras administrativas".
Vladimir Putin

Os reguladores alemães que trabalham na análise do gasoduto podem dar o parecer até janeiro. Mesmo se aprovado, o pedido seguirá para a Comissão Europeia, onde poderá aceito ou recusado. Autoridades russas negaram que estariam usando a crise europeia para acelerar ou pressionar pela liberação do Nord Stream 2.