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Steve Bannon se entrega ao FBI, mas vai responder por desacato em liberdade

Do UOL, em São Paulo*

15/11/2021 12h27Atualizada em 15/11/2021 20h06

Steve Bannon, conselheiro do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump e aliado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), se entregou a autoridades federais nesta segunda-feira (15) para enfrentar acusações de desacato ao Congresso norte-americano. Ele ficará em liberdade condicional durante o processo.

Bannon foi indiciado na sexta-feira (12) por dois atos de desacato. Ele se recusou a testemunhar e a entregar documentos para o comitê legislativo que investiga a invasão ao Capitólio por apoiadores de Trump, em 6 de janeiro de 2021, após o ex-presidente ser derrotado nas eleições.

Bannon foi detido pela manhã, mas um juiz federal decidiu mantê-lo solto. Ele procurou as autoridades em um escritório do FBI (a polícia federal dos EUA) em Washington, por volta de 9h40 no horário local.

Cada uma das duas acusações contra Steve Bannon pode ser punida com um mês a um ano de prisão, além de multa de até R$ 1.000.

'Estamos derrubando o regime', disse Bannon

Segundo informações da CNN Internacional, Bannon disse a repórteres, ao se entregar: "estamos derrubando o regime de Biden" (em referência ao atual presidente dos EUA, Joe Biden, que derrotou Trump em 2020). Antes de entrar no escritório do FBI, Bannon também pediu que seus apoiadores "continuem focados na mensagem".

Bannon, que não quer depor ao Congresso, se amparou em uma ação judicial apresentada por Trump para impedir que determinados documentos relacionados aos acontecimentos ocorridos sejam revelados, pedindo ao comitê que adie o seu comparecimento até que a Justiça decida, o que foi rejeitado.

Antes da votação de quinta-feira, Trump emitiu um comunicado no qual afirmou que "a insurreição ocorreu em 3 de novembro, dia das eleições. 6 de janeiro foi um protesto".

O ex-presidente continua afirmando sem provas que houve fraude nas eleições de novembro do ano passado, vencidas por Biden. Antes da invasão ao Capitólio, em janeiro, Trump fez um discurso polêmico no qual incentivou apoiadores a seguirem em direção ao Capitólio.

Aliado da família Bolsonaro

Bannon é também aliado da família do presidente Bolsonaro, especialmente de Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). O deputado federal e filho do presidente brasileiro se declara líder latino do movimento conservador comandado por Bannon.

O estrategista de Donald Trump também esteve em um evento com Jair Bolsonaro em março de 2019.

Em agosto de 2020, Bannon foi preso, acusado de enganar doadores em esquema de arrecadação de fundos para construir um muro na fronteira entre EUA e México. Após pagar uma fiança de US$ 5 milhões, foi solto.

*Com agência de notícias EFE e Ansa