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Austrália denuncia dono de propriedade e empresas por 'massacre' de coalas

Um dos coalas retirados de uma propriedade em Victoria, na Austrália, depois que casos de suposta crueldade contra os animais foram descobertos no local - Regulador de Conservação do estado de Victoria
Um dos coalas retirados de uma propriedade em Victoria, na Austrália, depois que casos de suposta crueldade contra os animais foram descobertos no local Imagem: Regulador de Conservação do estado de Victoria

Do UOL, em São Paulo

23/12/2021 11h42Atualizada em 23/12/2021 11h42

As autoridades australianas denunciaram ontem dono de uma propriedade e duas empresas com 253 acusações de crueldade contra animais pelas mortes de dezenas de coalas durante uma operação de limpeza em fevereiro de 2020. A ação teria afetado 200 animais e foi descoberta depois que a Polícia Florestal atendou um chamado no local.

De acordo com informações do Regulador de Conservação do estado de Victoria, na ocasião 21 coalas foram encontrados mortos em uma área de plantio de madeira em Cape Bridgewater, a cerca de 377 quilômetros da capital do estado, Melbourne. Outros 49 coalas precisaram ser sacrificados devido a desidratação e fraturas, e pelo menos 95 foram encontrados com problemas.

Cerca de 120 animais foram soltos pelas autoridades ambientais e devolvidos ao seu habitat natural. Agora, o empresário homem e duas empresas de terraplenagem estão sendo acusados de causar "dor ou sofrimento irracional a dezenas de coalas", disse o comunicado do Regulador de Conservação. "Eles também são acusados de matar coalas, que são uma espécie protegida".

São 126 acusações contra cada uma das duas partes, o proprietário e as empresas, de acordo com a Lei de Prevenção da Crueldade com os Animais de 1986 e a Lei da Vida Selvagem de 1975, incluindo 18 acusações de crueldade agravadas pelas mortes dos animais.

A pena máxima para uma empresa condenada por crueldade animal agravada por morte é de US$ 78 mil (aproximadamente R$ 444 mil) e de US$ 32 mil (pouco mais de R$ 183 mil) ou 12 meses de reclusão para pessoas físicas.

A polícia só chegou ao local com ajuda da denúncia feita por uma moradora de Cape Bridgewater, Helen Oakley. Ela descobriu os animais mortos durante uma caminhada noturna pela região. Um vídeo dela chorando em meio aos animais mortos e debilitados levou à investigação que resultou nas acusações.

Ao site australiano ABC News, Oakley disse que estava esperando há muito tempo o início de uma ação judicial contra os autores das mortes. "Estou em êxtase depois de esperar tanto tempo - não consigo tirar o sorriso do rosto", disse ela.

Oakley disse que recebeu ofensas e ameaças online desde que fez a denúncia. "Recebi mensagens de pessoas me dizendo que devo desculpas a Cape Bridgewater e que deveria deixar a cidade. Ainda penso nos coalas todos os dias", disse ela.

O caso deve ser levado ao Tribunal de Portland em fevereiro de 2022.