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Crise na Ucrânia: 'Ameaças de sanções não farão Rússia recuar', diz Moscou

Países-membros da Otan estão avaliando até que ponto deveriam ajudar a Ucrânia no conflito com a Rússia - Getty Images
Países-membros da Otan estão avaliando até que ponto deveriam ajudar a Ucrânia no conflito com a Rússia Imagem: Getty Images

Do UOL, em São Paulo*

01/02/2022 07h32Atualizada em 01/02/2022 07h40

A Rússia não vai recuar diante da ameaça de sanções dos Estados Unidos motivadas pelas tensões na Ucrânia, afirmou a embaixada russa em Washington, horas antes da conversa telefônica prevista para hoje entre os chefes da diplomacia das duas potências.

"Não vamos recuar e ficar quietos, ouvindo as ameaças de sanções dos Estados Unidos", afirmou a embaixada em um texto publicado em sua página do Facebook. "É Washington e não Moscou que gera tensões", completa a nota.

A nota foi divulgada poucas horas antes de uma conversa por telefone entre o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, e o secretário de Estado americano, Antony Blinken, para abordar a questão da Ucrânia.

As tensões entre os dois países aumentaram nas últimas semanas com as acusações americanas de que a Rússia planeja invadir a Ucrânia. A Casa Branca afirmou ontem que está preparada para impor sanções contra pessoas próximas do presidente russo, Vladimir Putin, em caso de um ataque.

O presidente americano Joe Biden advertiu Putin sobre grandes sanções coordenadas pelos países ocidentais em resposta a uma invasão da Ucrânia.

A Rússia concentrou mais de 100 mil soldados na fronteira com a Ucrânia, o que provocou temores no Ocidente sobre a preparação de uma ofensiva. A embaixada russa afirmou que os soldados "não ameaçam ninguém" e que o país tem o "direito soberano" de mobilizar suas Forças Armadas em seu território.

O governo ainda condiciona baixar as tensões na fronteira ucraniana à obtenção de garantias de sua segurança, incluindo a exigência de que a Ucrânia nunca será um país membro da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou nesta terça-feira (1°) que o apoio diplomático e militar ao país, diante dos temores de um ataque da Rússia, é o maior registrado desde 2014, quando Moscou anexou a região da Crimeia.

"O apoio diplomático à Ucrânia é o maior desde 2014, incondicional e continua. A assistência militar e técnica à Ucrânia é a maior, mais valiosa, e continua chegando", ressaltou Zelensky, no Parlamento.

*Com informações da AFP e RFI