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Brasil vota com EUA em Conselho de Segurança da ONU por debate sobre Ucrânia

A duas semanas da viagem do presidente Jair Bolsonaro a Rússia, o Brasil optou por atender o pedido dos norte-americanos - UN photo/Manuel Elias
A duas semanas da viagem do presidente Jair Bolsonaro a Rússia, o Brasil optou por atender o pedido dos norte-americanos Imagem: UN photo/Manuel Elias

Lisandra Paraguassu

31/01/2022 16h47

O Brasil votou nesta segunda-feira pela manutenção da reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre a Ucrânia, em apoio à proposta dos Estados Unidos e contra o lobby da Rússia, que queria evitar a discussão, contaram duas fontes ouvidas pela Reuters.

A duas semanas da viagem do presidente Jair Bolsonaro a Rússia — mantida apesar das críticas por uma visita meio à crise e a ameaça de invasão —, o Brasil optou por atender o pedido dos norte-americanos. A reunião foi mantida com 9 dos 15 votos do Conselho de Segurança e a crise com a Ucrânia foi discutida, mas sem resultados conclusivos. A partir desta segunda, a própria Rússia assume a presidência do conselho pelo mês de fevereiro.

O pedido foi feito na tarde de domingo pelo secretário de Estado, Antony Blinken, em uma conversa por telefone com o ministro das Relações Exteriores, Carlos França. De acordo com uma das fontes ouvidas pela Reuters foi uma conversa "ampla".

"Foi uma conversa ampla, que cobriu amplo espectro de assuntos das relações bilaterais e da pauta internacional. O Brasil considera que o Conselho de Segurança é um foro vocacionado e apropriado para esse debate, por isso o favoreceu hoje. Coincidimos nesse ponto", disse a fonte, confirmando o voto brasileiro.

Além de ter sido eleito para o Conselho de Segurança no biênio 2022-2023, o Brasil se viu envolvido na crise russa pela viagem marcada pelo presidente Jair Bolsonaro para o país no final deste mês. Apesar da ameaça de invasão, com a Rússia colocando mais de 100 mil soldados na fronteira com a Ucrânia, o presidente confirmou a viagem nesta segunda-feira.

Bolsonaro diz, no entanto, que o Brasil defende uma solução negociada e respeitando a autonomia dos países, e não pretende levantar o assunto com Putin.

"Se esse assunto vier à pauta será por vontade do presidente Putin", afirmou.