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Rússia continua enviando militares às fronteiras com a Ucrânia, dizem EUA

Militar ucraniano caminha na linha de frente na zona industrial da cidade de Avdiyivka, na região de Donetsk, Ucrânia - REUTERS/Gleb Garanich
Militar ucraniano caminha na linha de frente na zona industrial da cidade de Avdiyivka, na região de Donetsk, Ucrânia Imagem: REUTERS/Gleb Garanich

Do UOL, em São Paulo

10/02/2022 08h57Atualizada em 10/02/2022 09h04

Os Estados Unidos disseram ontem que a Rússia continua enviando militares às regiões de fronteira com a Ucrânia em meio aos esforços da comunidade internacional para aliviar a tensão entre os dois países. O comunicado foi feito em entrevista coletiva pelo porta-voz das Forças Armadas dos EUA, John Kirby.

"Continuamos a ver, mesmo nas últimas 24 horas, capacidades adicionais vindo de outros lugares da Rússia para a fronteira com a Ucrânia e a Bielorrússia", afirmou Kirby.

"Os números continuam crescendo. E ele [Vladimir Putin, presidente da Rússia] continua a aumentar essa capacidade. Também vemos indicações de que grupos táticos de batalhão adicionais estão a caminho", completou o porta-voz.

Kirby não informou um número exato do contingente militar russo nas fronteiras com a Ucrânia, mas disse que a quantidade está em torno de 100 mil soldados.

Ameaças 'não levam a lugar nenhum', diz Rússia

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, se pronunciou hoje sobre as ameaças dos países ocidentais e disse que elas "não levam a lugar nenhum". "Muitos de nossos colegas ocidentais adoram essa forma (de comunicação)", disse o chanceler. A declaração foi feita por Lavrov antes de sua reunião em Moscou com sua homóloga britânica, Liz Truss.

Se Londres quiser melhorar suas relações com Moscou, "vamos responder da mesma maneira, é claro, porque não podemos ficar satisfeitos com relações que estão em seu nível mais baixo", acrescentou Lavrov.

O encontro entre Lavrov e Truss coincide com um aumento das tensões entre os países ocidentais e a Rússia, acusada de enviar dezenas de milhares de soldados na fronteira ucraniana com vistas a uma invasão. Moscou nega essas acusações.

Exército russo realiza exercício militar em Belarus

Apesar de a Rússia negar que tenha uma guerra como objetivo, os exércitos russo e bielorrusso iniciaram hoje um exercício de 10 dias em Belarus. Os exercícios Rússia-Belarus "acontecem com o objetivo de preparar o país para deter e repelir uma agressão externa como parte de uma operação defensiva", afirmou o ministério da Defesa russo em um comunicado.

Em resposta, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, chamou de "pressão psicológica" a concentração de soldados russos nas fronteiras de seu país. "Consideramos que o acúmulo de tropas perto de nossas fronteiras é um meio de pressão psicológica da parte de nossos vizinhos", afirmou Zelensky em um comunicado divulgado pela presidência.

'Não haverá degradação ou escalada', prometeu Putin

Os novos comentários sobre a tensão entre a Rússia e a Ucrânia foram feitos após Putin dizer que "não haverá degradação ou escalada" na crise ucraniana. A promessa foi feita pelo presidente russo em encontro com o seu homólogo francês, Emmanuel Macron, na segunda-feira (7).

"Eu me assegurei de que não haverá deterioração ou escalada", declarou Macron, que disse que encontrou seu colega russo "determinado, bastante seguro de si e seguindo em frente com sua lógica".