Rússia pode invadir Ucrânia 'a qualquer momento', diz secretário dos EUA
O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, disse hoje que a Rússia continua enviando soldados para sua fronteira com a Ucrânia e advertiu que a invasão pode começar "a qualquer momento", inclusive durante os Jogos Olímpicos de Inverno que acontecem na China.
"A invasão pode acontecer a qualquer momento e, sejamos claros, pode ocorrer inclusive durante os Jogos Olímpicos", afirmou, referindo-se a hipóteses lançadas sobre o desejo da Rússia de esperar que esse importante evento esportivo termine para não ofuscar seu aliado, a China.
Segundo a Reuters, Blinken afirmou que os EUA seguem retirando membros da sua embaixada na Ucrânia e pediu que os cidadãos norte-americanos na Ucrânia saiam do país o mais rápido possível.
Ontem, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, já havia pedido para os norte-americanos deixarem a Ucrânia.
Simplificando, continuamos a ver sinais muito preocupantes da escalada russa, incluindo novas forças chegando à fronteira [com a Ucrânia]. (...) Continuaremos esse processo [de pedir a saída de membros da embaixada norte-americana na Ucrânia] e também deixamos muito claro que qualquer cidadão americano que permaneça na Ucrânia deve sair agora.
Secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken
O secretário ainda ponderou, durante coletiva de imprensa na cidade australiana de Melbourne, que a invasão russa na Ucrânia pode acontecer "a qualquer momento".
"Como dissemos antes, estamos em uma janela em que uma invasão pode começar a qualquer momento e, para ser claro, isso inclui durante as Olimpíadas."
Parceria entre a Rússia e China
A Rússia, que tem mais de 100 mil soldados perto das fronteiras da Ucrânia, nega as acusações ocidentais de que pode estar planejando invadir sua ex-vizinha soviética. Os Jogos Olímpicos de Inverno estão sendo realizados em Pequim até 20 de fevereiro.
No dia da abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno na semana passada, China e Rússia declararam uma parceria "sem limites", apoiando-se mutuamente nos impasses na Ucrânia e em Taiwan com a promessa de colaborar mais contra o Ocidente.
Pequim apoiou a exigência da Rússia de que a Ucrânia não seja admitida na aliança militar ocidental Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), enquanto Moscou se opõe a qualquer forma de independência de Taiwan.
A possível invasão da Ucrânia pela Rússia ameaça a ordem internacional baseada em regras, disse Blinken, acrescentando que, se tal ação não for punida, poderá ter consequências no Indo-Pacífico — uma aparente sugestão da ameaça de uma invasão chinesa em Taiwan.
Se permitirmos que esses princípios sejam desafiados impunemente, mesmo que esteja a meio mundo de distância, isso também terá um impacto aqui. Outros estão observando. Outros estão olhando para todos nós para ver como respondemos.
Antony Blinken, secretário de Estado norte-americano
Os Estados Unidos e seus aliados têm alertado a Rússia sobre duras sanções se realizar uma invasão da Ucrânia. Moscou diz que a crise está sendo impulsionada pelas ações da Otan e dos EUA e está exigindo garantias de segurança do Ocidente, incluindo uma promessa da Otan de nunca admitir a Ucrânia.
Biden pede que cidadãos norte-americanos saiam da Ucrânia
O presidente Joe Biden alertou que os cidadãos norte-americanos devem sair o mais cedo possível da Ucrânia, devido à crescente tensão com a Rússia.
"Cidadãos norte-americanos devem sair já. Não é como se estivéssemos lidando com uma organização terrorista. Estamos lidando com um dos maiores exércitos do mundo. É uma situação diferente e as coisas podem enlouquecer rapidamente", disse ontem em entrevista à NBC News.
Biden, no entanto, descartou a possibilidade de enviar soldados para remover os norte-americanos da Ucrânia. "É uma guerra mundial quando Estados Unidos e Rússia começam a atirar um no outro", afirmou.
O presidente norte-americano também disse que conversou com Vladimir Putin, líder da Rússia, e que "se ele for tolo o suficiente para invadir, ele é esperto o suficiente para não fazer nada de fato contra os cidadãos dos Estados Unidos".
Rússia continua enviando militares às fronteiras com a Ucrânia
Os Estados Unidos disseram anteontem que a Rússia continua enviando militares às regiões de fronteira com a Ucrânia em meio aos esforços da comunidade internacional para aliviar a tensão entre os dois países. O comunicado foi feito em entrevista coletiva pelo porta-voz das Forças Armadas dos EUA, John Kirby.
"Continuamos a ver, mesmo nas últimas 24 horas, capacidades adicionais vindo de outros lugares da Rússia para a fronteira com a Ucrânia e a Bielorrússia", afirmou Kirby.
Apesar de a Rússia negar que tenha uma guerra como objetivo, os exércitos russo e bielorrusso iniciaram hoje um exercício de 10 dias em Belarus. Os exercícios Rússia-Belarus "acontecem com o objetivo de preparar o país para deter e repelir uma agressão externa como parte de uma operação defensiva", afirmou o ministério da Defesa russo em um comunicado.
Em resposta, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, chamou de "pressão psicológica" a concentração de soldados russos nas fronteiras de seu país. "Consideramos que o acúmulo de soldados perto de nossas fronteiras é um meio de pressão psicológica da parte de nossos vizinhos", afirmou Zelensky em um comunicado divulgado pela presidência.
*Com AFP e Reuters
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