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Biden: 'Estamos prontos para agir se a Rússia atacar os EUA ou a Ucrânia'

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o presidente dos EUA, Joe Biden - Angela Weiss e Alexey Druzhinin/AFP
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o presidente dos EUA, Joe Biden Imagem: Angela Weiss e Alexey Druzhinin/AFP

Weudson Ribeiro

Colaboração para o UOL, em Brasília

15/02/2022 17h43

Sem responder aos questionamentos de jornalistas, o presidente dos EUA, Joe Biden, disse hoje que um ataque russo à Ucrânia "continua sendo uma possibilidade" iminente. O governo norte-americano tem mantido esse alerta há meses ante as reiteradas declarações do Kremlin (sede do governo russo) de que o país eurasiático não tem planos de invadir o território vizinho.

"A Segunda Guerra Mundial foi uma guerra de necessidade, mas, se a Rússia atacar a Ucrânia, será uma guerra de escolha ou uma guerra sem causa ou razão", afirmou Biden em pronunciamento na Casa Branca.

Na avaliação de Biden, uma invasão à Ucrânia resultaria numa ferida autoinfligida. "Se a Rússia invadir nos próximos dias e semanas, o custo humano para a Ucrânia será imenso. Será recebido com esmagadora condenação internacional", disse o presidente dos EUA.

O posicionamento de Biden está de acordo com o do militar russo Leonid Ivashov, que afirmou na semana passada que a escalada do conflito com a Ucrânia transformaria a Rússia num pária internacional.

Não se engane: os Estados Unidos defenderão cada centímetro do território da Otan com toda a força do poder norte-americano
Joe Biden, presidente dos Estados Unidos

O presidente afirmou que as sanções e as consequências de uma invasão russa provavelmente atingirão a economia e o fornecimento de gás nos EUA, mas —segundo ele— a população norte-americana entende que a defesa da democracia e da liberdade "não tem preço".

Biden enfatizou que os EUA acreditam que o melhor caminho a seguir é por meio da diplomacia e da desescalada dos conflitos e afirmou que a decisão para isso deve partir de Putin.

Enquanto houver esperança na resolução diplomática que impeça o uso da força e evite o incrível sofrimento humano que se seguirá, nós a perseguiremos
Joe Biden, presidente dos Estados Unidos

"Os EUA estão preparados, aconteça o que acontecer. Estamos prontos para nos engajarmos na diplomacia com a Rússia. E nossos aliados e parceiros para melhorar a estabilidade e a segurança na Europa como um todo. E estamos prontos para responder decisivamente a um ataque russo à Ucrânia, que ainda é uma grande possibilidade", disse ele.

'Posição ameaçadora'

As declarações de Biden vieram horas depois que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse que seu país decidiu "recuar parcialmente as unidades militares" e oficiais militares russos sinalizaram o retorno de algumas das forças na fronteira com a Ucrânia para suas guarnições.

16.jun.2021 - Os presidentes dos Estados Unidos, Joe Biden (à esq.), e da Rússia, Vladimir Putin, durante encontro bilateral em Genebra, na Suíça - Sputnik/Mikhail Metzel/Pool via REUTERS - Sputnik/Mikhail Metzel/Pool via REUTERS
Biden faz oferta a Putin, mas renova ameaça e volta a falar em invasãoBiden faz oferta a Putin, mas renova ameaça e volta a falar em invasão
Imagem: Sputnik/Mikhail Metzel/Pool via REUTERS

"Ainda não verificamos se as unidades militares russas estão retornando às bases. De fato, nossos analistas indicam que elas permanecem numa posição ameaçadora. E a invasão permanece claramente possível."

Autoridades norte-americanas e seus pares em outros países europeus expressaram ceticismo sobre os movimentos de unidades militares russas, dizendo que a grande maioria dos militares a serviço de Putin continua pronta para invadir a Ucrânia rapidamente.

Antes, Biden havia argumentado que um acordo entre aliados europeus sobre um conjunto de sanções severas contra a Rússia seria a melhor maneira de forçar Putin a aceitar a diplomacia em vez de uma invasão.

Mas as principais autoridades militares e diplomáticas dos EUA apontam que uma invasão é possível a qualquer momento, apesar dessas medidas.

Em reunião na manhã de hoje com o chanceler Olaf Scholz, da Alemanha, Putin disse que continuará pressionando por suas demandas: uma reversão da presença da Otan na Europa Oriental e uma garantia de que a Ucrânia não se juntará à aliança.