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EUA dizem que Rússia pode invadir Ucrânia 'a qualquer momento'

Sullivan disse que as forças russas estão em um local onde uma invasão pode ocorrer antes do final dos Jogos Olímpicos de Inverno - Leah Millis/Reuters
Sullivan disse que as forças russas estão em um local onde uma invasão pode ocorrer antes do final dos Jogos Olímpicos de Inverno Imagem: Leah Millis/Reuters

Do UOL, em São Paulo*

13/02/2022 15h04

O conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, disse hoje, em entrevista à CNN, que os Estados Unidos acreditam que a Rússia pode invadir a Ucrânia a qualquer momento, mas ainda espera que soluções diplomáticas sejam encontradas.

Sullivan disse que as forças russas estão em um local onde uma invasão pode ocorrer antes do final dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim, em 20 de fevereiro.

De acordo com o jornal The New York Times, os EUA obtiveram informações que a Rússia está discutindo a próxima quarta-feira (16) como a data prevista para o início.

Não podemos prever perfeitamente o dia, mas já estamos dizendo há algum tempo que estamos na janela, e uma invasão pode começar, uma grande ação militar pode começar pela Rússia na Ucrânia a qualquer momento - isso inclui esta próxima semana, antes do final das Olimpíadas Jake Sullivan, conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca

"A maneira como eles construíram suas forças, como eles manobraram as coisas, torna real a distinta possibilidade de que haverá uma grande ação militar muito em breve", acrescentou ele.

Ele disse novamente que uma ação militar russa provavelmente começaria com ataques de mísseis e bombas que poderia matar civis. Por isso, os Estados Unidos e outras nações ocidentais apelaram para que seus cidadãos deixem o país.

"Civis inocentes podem ser mortos independentemente de sua nacionalidade. Isso seria seguido por um ataque de uma força terrestre se movendo pela fronteira ucraniana. Novamente, onde civis inocentes poderiam ser pegos no fogo cruzado ou presos em lugares de onde não podiam se mover. É por isso que estamos sendo tão claros e diretos com os cidadãos americanos que, embora as opções de transporte comercial ainda estejam disponíveis, eles devem aproveitá-las."

'Estamos preparados para responder'

O conselheiro disse ainda que os EUA e seus aliados estão preparados para responder "imediata e decisivamente" caso a Rússia avance.

O chanceler alemão Olaf Scholz também alertou hoje a Rússia sobre sanções imediatas e "reações duras" se atacar a Ucrânia, mantendo um tom duro antes de uma reunião nesta semana com o presidente russo, Vladimir Putin.

O embaixador russo na Suécia, Viktor Tatarintsev, no entanto disse que seu país "não dá a mínima" para as possíveis sanções dos países ocidentais.

"Já tivemos tantas sanções e, de alguma forma, elas tiveram um efeito positivo em nossa economia e agricultura", afirmou o veterano diplomata.

Os presidentes dos Estados Unidos, Joe Biden, e da Rússia, Vladimir Putin, conversaram ontem por telefone sobre a situação. Biden advertiu Putin sobre "custos severos" que a Rússia enfrentaria se invadisse a Ucrânia.

Putin, por sua vez, disse que a suspeita de um ataque contra a Ucrânia era uma "especulação provocativa".

A crise surgiu depois da mobilização de mais de 100 mil militares russos para a fronteira com a Ucrânia há várias semanas.

Moscou tem negado reiteradamente que queira atacar a antiga república soviética, mas exige certas garantias na questão da segurança, entre elas que a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) não admita entre seus membros a Ucrânia, um ponto inegociável para o Ocidente.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, conversará por telefone "nas próximas horas" com Biden sobre a situação.

Os Estados Unidos disseram que a diplomacia ainda pode resolver o impasse com Moscou, mas acrescentou que o risco de uma invasão russa é alto o suficiente para justificar a retirada de funcionários da embaixada dos EUA em Kiev.

Inteligência dos EUA alerta que Rússia planeja pretexto para invadir

Agências de inteligência dos Estados Unidos alertaram o governo Biden sobre uma nova operação russa destinada a criar um pretexto para a invasão da Ucrânia, segundo reportagens dos jornais The New York Times e Washington Post, citando pessoas que tiveram acesso ao material.

Conforme os relatos, neste mês, altos funcionários do governo disseram que a Rússia planejava criar um vídeo falso mostrando um ataque de ucranianos em território russo. Nos últimos dias, autoridades relataram que novas informações apontavam para outra chamada "operação bandeira falsa", mas os detalhes, incluindo o momento em que iria ocorrer, não eram claros.

Na sexta-feira (11), Sullivan disse que os EUA estavam denunciando publicamente os planos russos de criar um pretexto para que o mundo soubesse que a Rússia não tinha uma causa legítima para entrar em território ucraniano.

* Com AFP e Reuters