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Presidente da Ucrânia diz que ações da Rússia violaram a soberania do país

O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, em pronunciamento  - Reprodução/Redes Sociais
O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, em pronunciamento Imagem: Reprodução/Redes Sociais

Do UOL, em São Paulo

21/02/2022 21h59

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou que o país "não teme nada e a ninguém", em referência às crescentes tensões em sua fronteira e a decisão do chefe russo, Vladimir Putin, de reconhecer as regiões separatistas chamadas de República Popular de Donetsk e de Lugansk, que são favoráveis à Rússia.

A atitude de hoje foi chamada por Zelensky de "violação da soberania" ucraniana. A transmissão da mensagem do presidente ocorreu hoje à noite, no horário do Brasil, mas na Ucrânia já passava de 2 horas da manhã.

Assim, Zelensky disse que os cidadãos "não têm motivo para não dormir à noite". O presidente ucraniano afirmou que conversou com Joe Biden, à frente dos Estados Unidos; Emmanuel Macron, responsável pelo Estado francês; e Recep Tayyip Erdo?an, presidente da Turquia.

Apesar de qualquer ação de Putin, nós mantemos a calma e quero agradecer a todos [...] Não aceitamos as decisões russas de hoje e amanhã, eles permanecem nos nossos territórios. A Ucrânia está há oito anos vivendo nessas condições
Volodymyr Zelensky

O presidente da Ucrânia reforçou que já pediu com urgência uma reunião com o Conselho de Segurança das Nações Unidas.

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Imagem: UOL

Putin reconhece independência de separatistas

O presidente russo, Vladimir Putin, reconheceu hoje a independência de duas regiões separatistas no leste da Ucrânia. A decisão, porém, não prevê anexá-las e adicioná-las formalmente a seu próprio território.

Após um longo pronunciamento, Putin assinou decretos reconhecendo a República Popular de Donetsk e a República Popular de Lugansk, e determinando "acordos de amizade e ajuda mútua". A cerimônia foi transmitida pela televisão estatal.

O presidente russo também pediu à Ucrânia que cesse imediatamente as "operações militares" contra os separatistas pró-Rússia. Caso contrário, o país será responsabilizado "por mais derramamento de sangue".

"Quanto àqueles que tomaram o poder em Kiev e o mantém, exigimos que cessem imediatamente as operações militares, caso contrário, toda a responsabilidade por mais derramamento de sangue recairá sobre a consciência do regime em território ucraniano", disse ele ao final do discurso.

A decisão agrava a crise entre Rússia e Ucrânia. Também põe fim ao instável processo de paz mediado pela França e a Alemanha, que previa a devolução dos territórios ao controle de Kiev em troca de ampla autonomia.