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Guerra da Rússia-Ucrânia

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Vamos mandar os russos embora com a vergonha que merecem, diz Zelensky

2.mar.2022 - O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky - Presidência da Ucrânia/AFP
2.mar.2022 - O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky Imagem: Presidência da Ucrânia/AFP

Do UOL, em São Paulo

02/03/2022 20h52

Após sete dias de invasão da Rússia, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, fez um novo pronunciamento na televisão de seu país. No discurso, Zelensky ressaltou a força ucraniana frente ao "inimigo" e disse que mais de 9 mil soldados russos "caíram" —o número é divergente entre os dois países.

"Tenho certeza que se entraram em nossa terra é só para sair, vamos mandá-los embora com toda a vergonha que merecem", falou o presidente. "Eles são maiores, superiores, mas conseguimos revidar", continuou.

Zelensky elogiou o exército ucraniano e disse que a população está comprometida a ajudar. Ele também lembrou que os soldados russos são jovens: "O que eles viram nessa vida? A maioria continua espalhada pela nossa terra. Os levem para casa, falem a seus comandantes que vocês querem viver, não morrer".

O presidente pediu novamente para que a guerra acabe e afirmou ter avançado hoje com aliados contra a guerra, como Noruega, Cazaquistão, Canadá e Polônia. Além disso, ele falou que o resultado da Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas) foi "excepcional".

Em meio a tentativas de negociações entre Rússia e Ucrânia, hoje o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, disse que seu governo reconheceu Zelensky como o presidente ucraniano, em uma sinalização de mudança no posicionamento do país frente à crise.

O chanceler também citou como um "passo positivo" o fato do ucraniano pedir garantias de segurança nas negociações. "Nossos negociadores estão prontos para a segunda rodada de discussão dessas garantias com representantes ucranianos", disse Lavrov, em entrevista à Al Jazeera.

Mapa Rússia invade a Ucrânia - 26.02.2022 - Arte UOL - Arte UOL
Imagem: Arte UOL

Divergência sobre total de mortos

A Rússia e a Ucrânia divulgaram hoje números divergentes de soldados russos mortos durante a invasão ao país vizinho. Em vídeo publicado no Telegram mais cedo, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que 6.000 militares adversários haviam morrido em seis dias. Mas o número do porta-voz do ministério da Defesa russo, Igor Konashenkov, não chega a 500.

"As mães russas estão perdendo os filhos em um país estrangeiro. Pensem neste número: 6 mil russos mortos em seis dias de guerra. Para quê? Para tomar a Ucrânia? É impossível, estamos na nossa terra nativa", disse Zelensky em um vídeo publicado no canal dele no Telegram.

Enquanto isso, o ministério russo afirma que 498 soldados do país morreram durante o que chamam de "operação especial", e 1.597 foram feridos, de acordo com a agência de notícias estatal Ria Novosti. O órgão informou que as perdas foram maiores nos batalhões ucranianos: mais de 2.870 teriam sido mortos e 3.700 feridos.

Não há checagens independentes sobre o total de vítimas até agora. O jornal The New York Times estimou ontem que 2.000 russos tenham morrido no conflito até o momento, de acordo com previsões de três funcionários do governo norte-americano e de países europeus.

O Serviço de Emergências ucraniano estima que ao menos 2.000 civis tenham morrido desde que as tropas russas entraram no país, na última quarta-feira (23).