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Guerra da Rússia-Ucrânia

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Guerra nuclear está na mente do Ocidente, não da Rússia, diz Lavrov

Do UOL, em São Paulo

03/03/2022 06h57Atualizada em 03/03/2022 07h53

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, acusou hoje os políticos ocidentais de considerar uma guerra nuclear, no oitavo dia de invasão à Ucrânia.

"Todo o mundo sabe que uma terceira guerra mundial só pode ser nuclear, mas eu gostaria de chamar a atenção está na cabeça dos políticos ocidentais a ideia de uma guerra nuclear, não na cabeça dos russos", afirmou Lavrov em uma entrevista coletiva coletiva na manhã de hoje (horário de Brasília).

Lavrov disse ontem que se ocorresse uma terceira Guerra Mundial, o combate envolveria armas nucleares e seria destrutivo.

Hoje, o ministro se mostrou confiante de que uma solução para a crise será encontrada e disse que as demandas de Moscou são "mínimas". Representantes de Rússia e Ucrânia fazem novo encontro hoje para discutirem um cessar-fogo.

Ele acrescentou que a Rússia não pode permitir que a Ucrânia represente uma ameaça à segurança do país. "Nós e só nós definiremos" as garantias de segurança russas, diz.

O regime de Vladimir Putin reclama de uma eventual adesão de Kiev à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), aliança militar criada para fazer frente à extinta União Soviética.

Para Putin, a Otan é uma ameaça à segurança da Rússia por sua expansão na região. Por isso, o presidente quer uma declaração formal de que a Ucrânia nunca vai se filiar à aliança.

O chefe da diplomacia russa diz que Putin passou "horas intermináveis" em reuniões com líderes ocidentais sobre a Otan, mas que a retórica da aliança é "antirussa" e que nunca viram um sinal de que poderiam trabalhar de forma mútua.

Ele disse ainda que as negociações entre a Rússia e a Ucrânia ocorrerão e estão programadas para hoje. Ele observou, no entanto, que Kiev não está agindo de forma independente nas negociações — segundo ele, a Ucrânia segue ordens dos Estados Unidos.

Questionado se o plano é colocar o ex-líder ucraniano Viktor Yanukovich, alinhado a Moscou, no poder, Lavrov disse que Putin quer que os ucranianos tomem suas próprias decisões.

Novamente, o ministro chamou a invasão de "operação militar" com objetivo de "desnazificação" da Ucrânia. Apesar de o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky ser judeu, Putin o acusa de ser "um neonazista que promoveu um genocídio de russos" nas repúblicas separatistas do Donbass e em outras localidades da Ucrânia, um dos argumentos que utilizou para justificar a invasão do país.

O chefe da diplomacia garantiu ainda que os problemas econômicos causados pelo Ocidente serão resolvidos. Ele se referia às sanções promovidas por várias nações como resposta à invasão ao território ucraniano.

  • Veja as últimas informações sobre a guerra na Ucrânia e mais notícias no UOL News com Fabíola Cidral:

Ucrânia amanhece com novos ataques

O oitavo dia da invasão da Rússia à Ucrânia começou com uma nova onda de ataques, atingindo áreas civis pelo país. Na região de Kiev, a capital ucraniana, há relatos de destruição.

Para hoje, há a expectativa de uma nova rodada de negociações, como disse Lavrov, a respeito do conflito. A Ucrânia descarta uma rendição e exige um cessar-fogo, assim como a retirada das forças invasoras de seu território. A Rússia exige o reconhecimento da Crimeia como território russo, assim como a "desmilitarização do Estado ucraniano".

A ONU (Organização das Nações Unidas) já estima em 1 milhão o número de pessoas que fugiram da Ucrânia em razão dos ataques no país. A Rússia reconhece ter perdido cerca de 500 soldados no conflito; a Ucrânia diz ter perdido mais de 2.800.

* Com AFP e Reuters