Zelensky pede 'negociação honesta' com Rússia para terminar a guerra
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, pediu, durante o pronunciamento de hoje, que aconteça uma "negociação honesta" com a Rússia para chegar ao fim da guerra. O país vizinho ataca as cidades ucranianas há 13 dias.
"Precisamos terminar essa guerra logo. Precisamos sentar à mesa de negociação, negociação honesta e não de ambições antiquadas", disse no vídeo.
Zelensky também disse que 52 crianças foram mortas pelo exército russo desde o início da guerra, e garantiu que o país não vai esquecer, nem deixar que "esqueçam as mortes" dos ucranianos. Ainda segundo o presidente, apesar das tréguas para evacuação de civis por corredores humanitários, ainda há pessoas cercadas, e bloqueios da Rússia para alimentos e medicamentos: "isso são torturas sistêmicas", disse.
O presidente ucraniano também agradeceu às sanções aplicadas aos combustíveis russos. Segundo ele, essas sanções terão efeitos para a Rússia: "os atores atores dessa agressão têm que pagar, e eles vão se arrepender."
"A proibição vai enfraquecer economicamente, politicamente e ideologicamente a Rússia, porque se trata de liberdade e o futuro", afirmou.
O mundo não acredita no futuro da Rússia. Ninguém fala sobre o futuro deles. Eles falam sobre nós, eles nos ajudam e se preparam para apoiar a nossa reconstrução depois da guerra. Claro, depois da guerra, porque todo mundo sabe que o povo que se defende terá o pós-guerra
Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia
Mais cedo, Zelensky disse, em entrevista ao canal norte-americano ABC, estar disposto a encontrar um meio-termo sobre as províncias separatistas reconhecidas pela Rússia, dois dos pedidos do governo de Putin para um cessar-fogo: "essas repúblicas que não foram reconhecidas por ninguém além da Rússia, podemos discutir e encontrar um meio-termo sobre como esses territórios irão continuar".
Ontem, a Rússia apresentou exigências para uma trégua. São elas:
- Reconhecimento das áreas separatistas de Donetsk e Lugansk como repúblicas independentes;
- Reconhecimento da Crimeia, anexada pelos russos unilateralmente em 2014, como território russo;
- Garantia de que Ucrânia não entrará na Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) nem na União Europeia.
Caso esses termos sejam acatados, os russos dizem estar prontos para interromper a ação militar "em um momento". Durante a reunião, Kiev pediu que as tropas russas saíssem do território imediatamente, e o encontro terminou sem acordo quanto a isso.
Zelensky pede que reconheçam Rússia como 'Estado terrorista'
Em um discurso ao Parlamento britânico hoje, o presidente ucraniano pediu que os países do Ocidente reconheçam a Rússia como um "Estado terrorista" em razão dos ataques lançados contra o país desde 24 de fevereiro.
"Por favor, aumente a pressão das sanções contra esse país, reconheça aquele país como Estado terrorista e garanta que nossos céus ucranianos estejam a salvo. Por favor, faça o que precisa ser feito", declarou aos britânicos, em pronunciamento por videconferência.
A fala de Zelensky faz referência à decisão da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) de não implementar uma zona de exclusão aérea na Ucrânia para evitar ofensivas russas. A organização argumenta que não está em guerra contra a Rússia e que os ucranianos não fazem parte da organização. Além disso, diz atuar em pacto de defesa, não de ataque, ao contrário do que defende o líder ucraniano.
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