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Guerra da Rússia-Ucrânia

Notícias do conflito entre Rússia e Ucrânia


"Estão metralhando nossas casas", diz pastora ucraniana resgatada pela FAB

Eduardo Militão e Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

10/03/2022 16h05Atualizada em 10/03/2022 17h42

Os russos estão matando crianças e civis ucranianos no conflito entre os dois países, afirmaram ao UOL uma pastora e uma assistente social ucranianas de Kharkiv. Elas estavam entre as mais de 80 pessoas transportadas pela Força Aérea Brasileira (FAB) da Polônia para o Brasil nesta quinta-feira (10). O conflito entre Ucrânia e Rússia já dura mais de duas semanas.

A pastora ucraniana Olena Coutinho, o marido dela, o pastor brasileiro Rodrigo Coutinho, 47 anos, e a filha da pastora, a assistente social Anastacia, 33 anos, concederam entrevista ao UOL na Base Aérea de Brasília, depois de pousarem. A conversa, em ucraniano, foi interpretada por Rodrigo Coutinho.

Elas contavam que os aviões russos davam rasantes na cidade de Kharkiv, onde viviam. Olena e Anastacia afirmaram que crianças e civis estavam sendo mortos.

"Os caças rasantes bombardeiam áreas residenciais", afirmaram as duas. "Eles estão matando crianças na rua e pessoas, cidadãos de bem", continuaram. Olena também disse à reportagem: "Eles estão bombardeando e metralhando nossas casas".

Anastácia veio com dois filhos, Michael, de cinco anos de idade, e Milena, de sete anos. Ela deixou o marido em Kharkiv, pois ele é policial e está lutando no conflito.

Eles devem seguir para São Paulo. Ainda não têm um plano de como vão seguir a vida.

O atleta brasileiro William Perassoni Sousa, 19 anos, desembarcou em Brasília também. Ele estava na Ucrânia jogando futebol.

Perassoni disse à reportagem que decidiu sair do país apesar de sua cidade, Grodoowski, não ter sofridos ataques até ele deixar a região. Perassoni afirmou ter passado mal quando o avião da FAB pousou em Brasília e ter vomitado.

"Fiquei mais de 28 horas na fronteira [com a Polônia]", contou ele ao UOL. "Tinha uma fila de carros de mais de 12 quilômetros. Tivemos que sair do carro. Andamos duas horas e meia a pé com a mala."

Perassoni disse o pior era o medo de bombas. "O medo mesmo, o medo de ser bombardeado pela Rússia."

O atleta pretende voltar a Mato Grosso, onde morava antes de sair do Brasil.