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Guerra da Rússia-Ucrânia

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Ataques aéreos da Rússia mataram 6 pessoas na Ucrânia, dizem autoridades

Do UOL, em São Paulo*

11/03/2022 04h42Atualizada em 11/03/2022 10h54

Ao menos seis pessoas morreram após ataques da Rússia a várias cidades da Ucrânia na noite de ontem e na madrugada de hoje. Em Sumy, dois civis foram mortos em um bombardeio na vila de Malovorozhbyan. Segundo o chefe da administração do município, Dmytro Zhyvytskyy, a nova ofensiva dos russos disparou contra casas.

Três ataques aéreos da Rússia na cidade de Dnipro, localizada a cerca de 460 quilômetros de Kiev, também deixaram uma pessoa morta, disse o serviço de emergência da Ucrânia. O bombardeio ocorreu por volta das 6h10, no horário local (1h10, no horário de Brasília), perto de uma pré-escola.

Segundo as autoridades, as bombas também explodiram próximo a um prédio residencial e destruíram uma fábrica de calçados. Equipes de socorristas estão no local em busca de mais vítimas e apagaram um incêndio causado pelo ataque.

Fábrica de calçados em Dnipro ficou destruída após ataque aéreo - Divulgação/State Emergency Service - Divulgação/State Emergency Service
Bombardeio em Dnipro, na Ucrânia, deixou uma pessoa morta
Imagem: Divulgação/State Emergency Service

Ainda de acordo com o serviço de emergência, também foram ouvidas explosões em Lutsk. Com as operações de resgate concluídas, foram registradas quatro mortes e seis pessoas feridas.

Segundo prefeito Ihor Polishchuk, o sistema de alarme da cidade "não funcionou de jeito nenhum". Na cidade de Ivano-Frankivsk, onde ele disse que houve outro ataque aéreo, as sirenes também não funcionaram.

"As Forças Armadas da Ucrânia não ligaram. Por que não ligaram? Porque os mísseis estavam voando em velocidades ultrabaixas ou por algum outro motivo, os militares vão trabalhar nisso", acrescentou o prefeito.

Essa foi a primeira vez que a região de Lutsk foi atacada desde o início da guerra entre Rússia e Ucrânia, que hoje completa 16 dias.

Mapa Rússia invade a Ucrânia - 26.02.2022 - Arte UOL - Arte UOL
Imagem: Arte UOL

Na vila de Baryshivka, nos arredores de Kiev, outro ataque aéreo danificou prédios de apartamentos, destruiu parcialmente e danificou a infraestrutura de vários pontos da região, informou o serviço de emergência da Ucrânia. Seis pessoas ficaram feridas e equipes de resgate estão desmontando os escombros e prestando assistência à população.

Em uma publicação no Twitter, o conselheiro de gabinete do presidente da Ucrânia, Volodymy Zelensky, chamou os ataques de "golpes devastadores".

"As grandes cidades ucranianas são novamente submetidas a golpes devastadores. As primeiras explosões ocorreram em Lutsk, fechando 2 caldeiras. Ivano-Frankivsk - 3 explosões poderosas. Dnipro também está sob ataque. A guerra destrutiva da Rússia contra civis e grandes cidades continua", escreveu Mykhailo Podolak.

A Rússia confirmou os bombardeios, afirmando que foram efetuados ataques com mísseis de "longo alcance e alta precisão" contra "pequenos aeroportos".

Forças russas que atacam Kiev estão se reagrupando a noroeste da capital ucraniana, mostraram imagens de satélite, e o Reino Unido disse nesta sexta-feira que Moscou pode estar planejando um ataque à cidade dentro de dias.

Imagens divulgadas pela empresa privada de satélites norte-americana Maxar mostraram unidades blindadas manobrando dentro e perto de cidades próximas a um aeroporto em Gostomel, nos arredores do noroeste de Kiev.

Ataque a hospital psiquiátrico em Kharkiv

O chefe da administração regional de Kharkiv, Oleg Sinegovov, publicou um vídeo no Facebook acusando a Rússia de atacar um hospital psiquiátrico no distrito de Izium.

Segundo Sinegovov, havia 330 pessoas na unidade hospitalar no momento do ataque, algumas delas em cadeiras de rodas e com dificuldades de locomoção. Uma evacuação tirou 73 pessoas do prédio após o ataque.

Ataque a hospital psiquiátrico em Kharkiv, na Ucrânia - Divulgação/State Emergency Service - Divulgação/State Emergency Service
Ataque a hospital psiquiátrico em Kharkiv, na Ucrânia
Imagem: Divulgação/State Emergency Service

Na mesma publicação, Sinegovov ainda disse que Kharkiv está sendo destruída porque seus moradores se recusam a se render ao inimigo. "Agora não há água, calefação, eletricidade e comunicação. Mas a evacuação de civis ocorreu sob fogo e o lado russo não cumpriu os termos do 'corredor verde'", disse.

De acordo com o Serviço de Emergência da Ucrânia, não houve nenhuma morte no ataque ao hospital, já que todos os funcionários e pacientes estavam em abrigos durante os disparos.

Prédio do serviço de emergência em Mariupol é destruído

Mais cedo, outro ataque destruiu o prédio do departamento principal do serviço de emergência da Ucrânia em Mariupol. A cidade portuária é um dos locais onde a situação está mais crítica.

O município está completamente isolado há mais de uma semana e moradores dificilmente conseguem sair de abrigos para deixar a cidade. Anteontem, um ataque a uma maternidade em Mariupol deixou três pessoas e 17 feridos.

O bombardeio comoveu o mundo pelas imagens que mostraram mulheres grávidas sendo socorridas. A Rússia assumiu o bombardeio, mas disse que o local foi atacado por servir como base para nacionalistas ucranianos.

O hospital pediátrico de Mariupol está "operacional", disse hoje à imprensa uma porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos.

Segundo o prefeito de Mariupol, Vadim Boishenko, mais de 1.200 moradores morreram após dez dias de cerco. Corpos de vítimas na cidade estão sendo enterrados em valas comuns.

Além disso, o representante local do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, Sasha Volkov, alertou que alguns moradores "começaram a brigar por comida" e que muitos estão sem água potável.

* Com informações da Ansa, da Reuters e da AFP