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Guerra da Rússia-Ucrânia

Notícias do conflito entre Rússia e Ucrânia


15º dia: Rússia e Ucrânia não chegam a acordo; brasileiros são repatriados

Colaboração para o UOL

10/03/2022 19h30Atualizada em 10/03/2022 19h49

A guerra entre Ucrânia e Rússia completou hoje 15 dias com uma reunião sem acordo entre os dois países e com a repatriação dos brasileiros que deixaram a zona de conflito.

Também hoje, a Rússia anunciou o corte na exportação de 200 itens em resposta às sanções econômicas impostas ao país devido ao conflito. Ontem, o país chefiado por Vladimir Putin fez uma série de exigências para pôr fim à guerra. E hoje, o presidente francês Emanuel Macron - que tem servido como um intermediador entre os dois lados - criticou as condições exigidas pela Rússia e disse que "não são aceitáveis para ninguém".

Já os Estados Unidos reafirmaram que não vão enviar militares à Ucrânia, seguindo a decisão da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte). A informação foi repassada pela porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki. A preocupação dos países do Ocidente, segundo ela, é evitar a propagação do conflito que acontece no leste europeu.

O dia também foi marcado por acusações de descumprimento do cessar-fogo, medida atrelada à abertura dos corredores humanitários. Segundo o governador regional Oleh Synegubov, a Rússia não interrompeu os bombardeios durante a evacuação de civis na cidade de Izium, no leste da Ucrânia. O acordo de cessar-fogo também foi desrespeitado em Mariupol.

Em Izium, apenas 1.600 pessoas conseguiram deixar a área em segurança.

A Ucrânia calcula que a destruição causada pela guerra já esteja em cerca de US$ 100 bilhões (cerca de R$ 504 bilhões) em estradas, pontes e negócios na Ucrânia, causando um grande golpe em sua economia, disse Oleg Ustenko, principal conselheiro econômico do presidente ucraniano Volodimir Zelensky.

Mais de 2,3 milhões já deixaram Ucrânia

Desde o início da guerra, mais de 2,3 milhões de refugiados já deixaram a Ucrânia, segundo a OIM (Organização Internacional para as Migrações), ligada à ONU (Organização das Nações Unidas). . Deste total, 112.000 são pessoas que nasceram em outros países.

Metade de toda a população de Kiev, capital da Ucrânia, deixou a cidade desde o início da guerra com a Rússia em território ucraniano.

Hoje, chegou ao Brasil o avião da FAB (Força Aérea Brasileira) com 42 brasileiros resgatados da guerra. Também estavam na aeronave 20 ucranianos com parentes brasileiros, cinco argentinos e um colombiano, além de 14 crianças, oito cachorros e dois gatos.

A ativista dos direitos dos animais Luísa Mell exaltou hoje os repatriados que chegaram ao Brasil com seus gatos e cachorros chamando-os de "exemplos" por não terem abandonado seus pets na Ucrânia ou em outro país da Europa. Luísa acompanhou a chegada dos dois aviões.

"Acho que esse pessoal aí que veio da Ucrânia deu um exemplo aqui para o pessoal, que na primeira dificuldade, abandona os animais", afirmou Luísa Mell ao UOL. "A gente vê que quando a pessoa gosta mesmo... Tá fugindo de uma guerra, mas não deixa para trás. Isso sim é exemplo de amor e é assim que a gente deve tratar nossos peludos."

71 crianças já perderam a vida na guerra

Pelo menos 71 crianças foram mortas na Ucrânia desde o início da invasão russa em 24 de fevereiro, anunciou hoje Liudmyla Denisova, responsável pelos direitos humanos no Parlamento ucraniano. Entre as crianças mortas está Alise Perebeinis, 9. Ela morreu ao lado da mãe, Tatiana, 43, e do irmão Nikita, 18, em um bombardeio na cidade de Irpin, perto da capital Kiev, no domingo (6).

Hoje, os Estados Unidos afirmaram que cerca de 6 mil soldados da Rússia já morreram desde o início do conflito. Porém, essa autoridade pondera que é difícil estimar número de mortes numa guerra em andamento. Ontem, o chefe da Agência de Inteligência de Defesa, tenente-general Scott Berrier, havia dito que a comunidade de inteligência avalia que 2 mil a 4 mil soldados russos foram mortos na Ucrânia.

Rússia anuncia corte nas exportações de mais de 200 bens

A Rússia anunciou hoje a proibição de exportação de uma série de produtos e equipamentos de origem estrangeira, como retaliação às sanções ocidentais impostas ao país por conta da invasão na Ucrânia.

A medida engloba mais de 200 bens previamente importados do exterior, como "equipamentos médicos, tecnológicos e de comunicação, veículos, máquinas de agricultura e materiais elétricos", segundo o premiê russo, Mikhail Mishustin.

Ontem, o partido político Rússia Unida disse que uma comissão do governo aprovou o primeiro passo para a nacionalização de ativos de empresas estrangeiras que deixam o país após a invasão da Ucrânia.

O partido de Putin acrescentou em comunicado no aplicativo de mensagens Telegram que a comissão de atividades legislativas apoiou um projeto de lei que permite que empresas com mais de 25% de propriedade de estrangeiros de "estados hostis" sejam colocadas em administração externa. Isto é, o governo assumiria o controle. "Isso evitará a falência e salvará empregos", disse.

A Rússia anunciou hoje a saída do Conselho da Europa, organização de direitos humanos com sede em Estrasburgo, na França. Moscou já estava suspensa da entidade desde 25 de fevereiro por conta da invasão à Ucrânia. "O curso dos eventos se tornou irreversível, e a Rússia não tem nenhuma intenção de aturar as ações subversivas do Ocidente", justificou o ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, citado pela agência estatal Tass.

Mapa Rússia invade a Ucrânia - 26.02.2022 - Arte UOL - Arte UOL
Imagem: Arte UOL