Rússia x Ucrânia: veja como estão as cidades mais destruídas pela guerra
Vinte dias após os primeiros ataques de tropas russas à Ucrânia, a escalada do conflito deixa um rastro de destruição nas cidades mais atingidas pela guerra.
Edifícios em ruínas, casas abandonadas e ruas transformadas em campos de batalha dão lugar a um cenário de catástrofe humanitária. Onde, antes, havia vida.
Estima-se que dois terços dos ucranianos viviam em áreas urbanas até o início do conflito. Regiões que, hoje, tornaram-se alvos estratégicos da ofensiva russa e coloca sob a mira do fogo cruzado escolas, fábricas, espaços culturais, complexos esportivos, hospitais e prédios históricos.
Segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM), nesta terça-feira, 15, o número de refugiados que deixou a Ucrânia atingiu a marca de três milhões de pessoas.
Mas, afinal, como estão algumas das cidades mais atingidas pela guerra na Ucrânia?
Mariupol
Cidade portuária às margens do Mar Negro, Mariupol está localizada em uma região estratégica para os russos. Ao Leste da Ucrânia, a cidade com cerca de 450 mil habitantes é um importante centro industrial a apenas 55 km da fronteira russa e de 85 km do reduto separatista pró-Moscou em Donetsk.
Sob o cerco russo desde início dos combates, Mariupol registra mais de 2,5 mil mortes de civis, segundo informações do governo ucraniano. A mais recente delas, uma jovem e sua filha recém-nascida, fotografadas durante resgate em uma maternidade atingida por um míssil na semana passada.
Alvo de tropas russas desde 24 de fevereiro, a cidade enfrenta a escassez de alimentos, medicamentos, água, energia e gás para aquecimento devido ao bloqueio do corredor humanitário desde o início dos conflitos.
Nesta terça-feira, 15, informações divulgadas pela Câmara Municipal afirmam que mais de 2 mil carros deixaram a cidade em direção a Zaporizhzhia, comandada pelo exército ucraniano.
Em meio ao cenário de destruição, uma mesquita, um hospital infantil, uma maternidade e um centro de tratamento de câncer estão entre os possíveis alvos atingidos pela ofensiva.
Kharkiv
Bombardeios russos devastaram a região central de Kharkiv, segunda maior cidade da Ucrânia com cerca de 1,5 milhão de pessoas, no início deste mês. Um dos alvos foi um prédio da Câmara Municipal que ficava na praça central em um bombardeio que ganhou destaque em todo o mundo.
O ataque, segundo informações locais, deixou dez mortos e 35 feridos. No dia seguinte, outra ofensiva atingiu um prédio da polícia local e a Universidade Nacional de Kharkiv. O prefeito Igor Terekhov afirma, ainda, que 48 escolas foram destruídas durante os conflitos. Tropas russas são acusadas de atacar bairros residenciais, deixando dezenas de mortos e feridos.
Polo cultural da região, Kharkiv é referência artística e literária, tornando-se berço da Escola Romântica de Kharkiv, reunindo famosos poetas e escritores ucranianos. Além disso, abriga uma das primeiras galerias de arte contemporânea do país, que abriu suas portas em 1996, e apresenta outros espaços culturalmente significativos.
Chernihiv
A 120 quilômetros de Kiev, a cidade histórica de Chernihiv também foi alvo dos mísseis russos que devastaram bairros residenciais, atingindo apartamentos, escolas e praças. A administração Regional afirma que ao menos 47 civis foram mortos em um ataque aéreo enquanto formavam uma fila para comprar pão. Em comunicado, o porta-voz da ONU para Direitos Humanos, Liz Throsse, alertou que ataques diretos contra civis pode ser considerado crime de guerra.
A investida russa contra cidade de Chernihiv atingiu também o estádio do time local, o Desna, que disputa a primeira divisão nacional.
Imagens divulgadas pela Federação Ucraniana de Futebol mostram estádio Yuri Gagarin completamente destruído após o bombardeio. Além do complexo esportivo, o ataque também destruiu uma biblioteca.
Kherson
Localizada a 100 quilômetros da Crimeia, região separatista russa, a cidade de Kherson é considerada um importante centro de construção naval, com acesso ao litoral sul ucraniano. Ponto estratégico para a expansão russa, a cidade foi a primeira a ser completamente dominada pelo exército invasor.
Segundo o prefeito da cidade Igor Kolykhaev, a cidade que, antes abrigava importantes faculdades técnicas e indústrias de setores como agricultura, têxtil e engenharia, está irreconhecível. Serviços de energia, água e gás foram danificados após intensos bombardeios que atingiram a cidade de aproximadamente 300 mil pessoas.
Kiev e Irpin
Em meio à ofensiva russa, a capital Kiev sente os efeitos dos bombardeios cada vez mais recorrentes na região. Na última terça-feira, 14, um prédio residencial foi atingido por mísseis no distrito de Sviatoshin, onde duas pessoas morreram. No distrito de Podil, mais próximo ao Centro da Cidade, um edifício de nove andares foi atingido pela artilharia russa.
Metade da população já deixou a cidade desde os primeiros conflitos registrados no final de fevereiro, segundo informações da prefeitura local. Além de edifícios residenciais, uma torre de TV, estações de metrô e uma fábrica de aviões também foram alvos da ofensiva russa na capital ucraniana.
Em Irpin, pequeno município a noroeste de Kiev, bairros inteiros foram dizimados pelo fogo cruzado. Uma ponte que liga a cidade à capital foi destruída pelo exército ucraniano a fim de impedir o avanço das tropas russas. Em meio às mortes de centenas de civis, milhares de pessoas já deixaram Irpin nos últimos dias.
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