Mariupol diz que mortos somam 2,1 mil e reservas de comida estão acabando
Mais de 2,1 mil habitantes da cidade portuária ucraniana de Mariupol, ao sudeste do país, morreram desde o início da ofensiva russa, disse o prefeito da cidade, Vadym Boichenko, neste domingo. Segundo o conselho da cidade, os locais estão ficando sem suas últimas reservas de comida e água. Mariupol é uma cidade portuária estratégica localizada entre a Crimeia e Donbass.
Segundo o meio de comunicação Nexta, a vice-primeira-ministra ucraniana, Iryna Vereshchuk, afirmou que o comboio de ajuda humanitária não conseguiu chegar a Mariupol hoje. "Paramos em Berdyansk por causa dos ataques aéreos esmagadores em Mariupol, mas amanhã de manhã [14] tentaremos ir novamente", disse Vereshchuk.
"Os ocupantes atacam cinicamente e deliberadamente edifícios residenciais, áreas densamente povoadas, destroem hospitais infantis e infraestrutura urbana (...) Até o momento, 2.187 habitantes de Mariupol foram mortos em ataques russos", disse o prefeito da cidade no Telegram.
"Em 24 horas, vimos 22 bombardeios em uma cidade pacífica. Cerca de 100 bombas já foram lançadas em Mariupol", acrescentou.
Além de informar que os locais estão acabando com a última reserva de água e comida, o conselho local acrescentou que as forças russas que bloqueiam a cidade continuam a bombardear alvos não militares.
"As pessoas estão em uma situação difícil há 12 dias. Não há eletricidade, água ou aquecimento na cidade. Quase não há comunicação móvel. As últimas reservas de comida e água estão se esgotando", afirmou o conselho em um comunicado online.
No Telegram, a Câmara Municipal de Mariupol compartilhou um vídeo de doação de comida para os locais feita por membros do grupo paramilitar do Batalhão de Azov, organização ligada ao Ministério do Interior da Ucrânia.
A Câmara ainda acusou os russos de deixarem os "ucranianos famintos" por mais de uma vez.
"Enquanto se moviam com provisões, os soldados que defendem a cidade, [do Batalhão] de Azov, foram parados por cidadãos pedindo comida. Os defensores da cidade compartilharam suas modestas reservas alimentares com pelo menos algumas crianças e idosos. Não é a primeira vez que racistas deixam ucranianos famintos. É impossível perdoar."
Mariupol está em uma situação "quase desesperadora", sem comida, água, gás, eletricidade e comunicações, segundo os MSF (Médicos Sem Fronteiras).
Pela rede social de mensagens, os administradores também solicitaram a ajuda de outros países através de "atos" e "não em palavras".
"Todo o mundo civilizado deve agir urgentemente, não em palavras, mas em atos, para parar este genocídio no coração da Europa!"
Ataque a Mariupol é 'pior catástrofe do mundo', diz ministro da Ucrânia
Dmytro Kuleba, ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, disse na sexta-feira (11) que os ataques russos contra o município de Mariupol, no sul do país, são "a pior catástrofe humanitária do planeta", pelo número de civis mortos.
"Mariupol é agora a pior catástrofe humanitária do planeta. São 1.582 de civis mortos em 12 dias, até mesmo enterrados em valas comuns", lamentou o ministro.
Kuleba disse que os ataques em Mariupol demonstram a "incapacidade" do presidente russo, Vladimir Putin, que "bombardeia os desarmados e bloqueia a ajuda humanitária".
O ministro também acusou o país rival de crimes de guerra, possibilidade cogitada pela ONU (Organização das Nações Unidas) e pela Casa Branca dos Estados Unidos: "Precisamos de aviões para deter os crimes de guerra russos!", escreveu Kuleba.
Mais de 1,2 mil corpos são enterrados em vala comum em Mariupol, diz vice-prefeito
O vice-prefeito da cidade ucraniana de Mariupol, Serhiy Orlov, informou na sexta-feira (11) que mais de 1,2 mil corpos foram retirados das ruas e começaram a ser enterrados em valas comuns.
Diversos trabalhadores locais cavaram uma vala de cerca de 25 metros de comprimento em um antigo cemitério do município e empurraram os corpos, que estavam envoltos em sacos plásticos, lençóis ou tapetes.
De acordo com as autoridades locais, mais de 1,2 mil pessoas morreram em Mariupol em nove dias do conflito. No entanto, as pessoas enterradas nas valas não morreram somente em função da guerra, mas também por doenças ou causas naturais.
Alguns mísseis russos já atingiram o cemitério nesta semana e interromperam os enterros e danificaram um muro do local.
*Com AFP, Ansa e Reuters
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