Rússia x Ucrânia: 20º dia tem reféns em hospital e morte de 2 jornalistas
Militares da Rússia são acusados de manter reféns os pacientes e funcionários do Hospital Regional de Terapia Intensiva de Mariupol, na Ucrânia, no 20º dia de ataques ao país. As acusações foram feitas hoje (15) pelo governador da região de Donetsk, Pavlo Kyrylenko, e pela ONG MHRI (Media Human Rights Iniative).
Segundo a ONG, o hospital foi tomado por soldados russos, que realizaram disparos no local e impediram qualquer um de sair.
No Twitter, Kyrylenko disse que a unidade de saúde foi atingida e estava, em grande parte, destruída. Isso teria levado médicos a realizarem atendimentos no porão, para onde transferiram boa parte dos pacientes.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse ontem (14) que a Rússia atacou 31 instalações de saúde desde o início da invasão à Ucrânia. Também em Mariupol, um hospital pediátrico e maternidade foi bombardeado em 9 de março.
Localizada em área estratégica para os russos, próxima à fronteira entre os países e em região portuária, Mariupol tem sido um dos principais alvos desde o início da invasão. A Procuradoria-Geral da Ucrânia divulgou ontem que mais de 2.500 moradores da cidade foram mortos nos ataques.
Mortes de jornalistas
Dois jornalistas da emissora americana Fox News morreram durante a cobertura da guerra: o cinegrafista Pierre Zakrzewski e a produtora Oleksandra Kurshynova. Os dois estavam no mesmo carro que o jornalista Benjamin Hall em área próxima a Kiev; o veículo foi atingido durante um ataque.
A morte dos dois foi anunciada hoje. Hall foi encaminhado para um hospital, mas não há informações sobre o seu estado de saúde.
Até o momento, foram computados os óbitos de três jornalistas que trabalhavam para veículos americanos: além de Zakrzenwski e Kurshynova, o jornalista Brent Renaud foi morto no domingo (13) em Irpin, também na região de Kiev, enquanto cobria a situação de refugiados para a Time Studios.
Corredores humanitários e cerco a Kiev
O governo ucraniano anunciou hoje mais corredores para evacuação de civis. À CNN, um funcionário do governo afirmou que cerca de 29 mil pessoas deixaram o país por meio dos corredores nesta terça-feira.
Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), uma criança torna-se refugiada a cada segundo na Ucrânia; o órgão estima que mais de 3 milhões de pessoas já deixaram o país desde o início dos conflitos.
Na capital Kiev, a prefeitura ampliou o toque de recolher para 35 horas, com término previsto para a manhã de quinta-feira (17). "Hoje é um momento difícil e perigoso", disse o prefeito Vitaliy Klitschko. A medida foi adotada diante do cerco cada vez mais apertado dos russos à cidade.
O correspondente André Liohn — que faz cobertura da guerra entre Ucrânia e Rússia para o UOL e a Folha de S.Paulo, direto de Kiev — disse, durante UOL News hoje, que nenhum lugar da capital ucraniana está 100% seguro.
Mais cedo, três chefes de Estado visitaram Kiev mesmo em meio aos ataques: Mateusz Morawiecki, primeiro-ministro da Polônia, Petr Fiala, premiê tcheco, e Janez Jansa, líder da Eslovênia.
Morawiecki divulgou imagens do encontro nas redes sociais e afirmou que a visita foi uma forma de mostrar à Ucrânia que ela "pode contar com a ajuda de seus amigos".
O 20º dia de guerra na Ucrânia terminou sem avanços nas negociações pelo cessar-fogo. As conversas serão retomadas amanhã. Há relatos de que ocorreram ataques a Kiev, Mariupol, Sumy, Dnipro e Kharkiv, onde a prefeitura calcula 600 edifícios destruídos por bombardeios russos.
*Com informações de AFP, ANSA, Reuters e DW
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