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Governo ucraniano aumenta pressão para que China se posicione contra Rússia

Presidente da Ucrânia divulgou vídeo neste sábado (19) em que pede conversas de paz com a Rússia - Handout / UKRAINIAN PRESIDENTIAL PRESS SERVICE / AFP
Presidente da Ucrânia divulgou vídeo neste sábado (19) em que pede conversas de paz com a Rússia Imagem: Handout / UKRAINIAN PRESIDENTIAL PRESS SERVICE / AFP

Colaboração para o UOL, em Brasília

19/03/2022 12h36

Conselheiro sênior do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, o jornalista Mykhailo Podolyak disse hoje que a China pode ser "elemento importante" do sistema de segurança global caso decida apoiar a coalizão do Ocidente contra a invasão da Rússia na Ucrânia.

"É uma chance de sentar à mesa como iguais", disse o assessor do governo ucraniano. Podolyak lembrou que o comércio chinês com a Rússia foi de US$ 146,9 bilhões no ano passado.

O valor é menos de um décimo do total de US$ 1,6 trilhão da China em comércio com os Estados Unidos e a União Europeia. "O Ocidente deve explicar a Pequim como US$ 1,6 trilhão difere de US$ 150 bilhões", disse.

Apesar de enfrentar a pressão global, a China até agora assumiu posição neutra na guerra entre Rússia e Ucrânia e disse que as "preocupações legítimas de segurança" de Moscou devem ser levadas a sério.

Houve relatos de que a China enviou ajuda militar e econômica à Rússia —o que Pequim nega.

Brasil e China não querem receber ordem, diz Rússia

Em entrevista publicada ontem pela emissora estatal russa RT, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse que —assim como a Rússia— o Brasil, a China, a Índia, a Argentina e o México não aceitariam receber ordens dos Estados Unidos.

"Há atores que nunca aceitariam uma aldeia global com um xerife norte-americano", disse o chanceler. "Tenho certeza de que esses países não querem estar em uma posição em que o Tio Sam lhes ordene fazer algo e eles digam 'Sim, senhor'."

Durante a entrevista, Lavrov disse que a Rússia perdeu todas as ilusões sobre confiar no Ocidente e Moscou nunca aceitará uma visão do mundo dominada pelos EUA.

Na contramão do governo do presidente Jair Bolsonaro, a representação do Brasil na ONU (Organização das Nações Unidas) tem se posicionado contra a invasão russa da Ucrânia.