Cantora, bilionário: 4 russos famosos que peitaram Putin e sofreram riscos
Vladimir Putin, presidente da Rússia, está entre as autoridades mundiais menos amadas do momento, em razão da guerra que ele declarou contra a Ucrânia. No dia em que o país vizinho foi invadido, diversos famosos, inclusive brasileiros, se manifestaram contra a ação nas redes sociais.
Maksim Galkin, um dos mais populares âncoras da televisão russa, escreveu o seguinte texto na rede social: "Não há justificativas para a guerra, eu digo 'não' para guerra". Valery Meladze, cantor nascido na Geórgia e naturalizado russo, fez um vídeo implorando pelo fim das hostilidades militares e início das negociações, que já conquistou quase 4,5 milhões de visualizações.
Não é de hoje que Ksenia Sobchak se opõe ao governo. A socialite e jornalista é filha da senadora russa Lyudmila Narusova e de Anatoly Sobchak, primeiro prefeito democraticamente eleito de São Petersburgo. O pai dela foi considerado padrinho político de Putin e deu aula de direito para o líder do executivo. Apesar da proximidade da família com o presidente russo, Ksenia é membro da coordenação da oposição russa e concorreu contra Putin nas eleições presidenciais de 2018.
Ir contra o líder do executivo pode trazer graves consequências para os russos. No mesmo dia da invasão, o governo emitiu um comunicado proibindo os cidadãos de protestarem contra a guerra à Ucrânia. "Em conexão com a disseminação de pedidos de participação em tumultos e comícios relacionados à situação tensa da política externa", o comunicado do comitê alertou contra as "consequências legais negativas dessas ações, que incluem processos e até responsabilidade criminal".
Além disso, segundo o jornal New York Times, ao se manifestarem, as celebridades colocaram suas carreiras em risco, já que o governo tem o controle dos segmentos da cultura popular da Rússia.
Mas essa não é a primeira vez que Putin é peitado por russos famosos. Conheça outros nomes que já foram contrários ao presidente russo e veja como eles lidaram com as consequências dos "atos rebeldes".
Garry Kasparov
A rixa entre Garry Kasparov e Putin é bem antiga. Desde 2005, quando o ex-campeão mundial de xadrez decidiu largar o esporte e se dedicar à política, transformou-se em um símbolo da oposição na Rússia. Nos últimos anos, ele tentou se candidatar à presidência, foi preso e publicou dezenas de artigos alertando para a ameaça que Putin representa para o planeta.
Mas em 2013, quando já estava vivendo com a família em Nova York (EUA), anunciou que não voltaria para a Rússia e havia decidido lutar pelo país à distância. Mesmo que a mudança para os Estados Unidos tenha parecido forçada, as rixas contra Putin não pararam.
Em 2014, o site principal do enxadrista foi bloqueado pelo órgão regulador de comunicações russo, o Roskomnadzor. No início deste mês, após o começo da guerra, Kasparov chamou Putin de ditador e disse que o líder não merecia um título democrático.
Alexei Navalny
Alexei Navalny, ativista, blogueiro e político russo, sofreu graves consequências por se opor a Putin. Ele, que tem milhões de seguidores nas redes sociais, fazia vídeos anticorrupção contrários ao presidente. Em 2020, Navalny quase morreu depois de ser envenenado por um agente na Sibéria.
Em fevereiro de 2021, um tribunal de Moscou resolveu prender o ativista, afirmando que ele tinha violado os termos de uma sentença suspensa em 2014 por fraude. O blogueiro respondeu que antes do envenenamento se apresentava à polícia duas vezes por mês e afirmou que o caso havia sido fabricado para silenciá-lo. Além disso, Navalny disse na época que Putin tinha dado a ordem para seu envenenamento.
Boris Berezovsky
Boris Berezovsky foi um dos oligarcas mais famosos da Rússia. Acumulou grande riqueza após a queda do bloco soviético e ajudou a eleger Boris Yeltsin, o primeiro presidente escolhido em votação direta do país. Quando Putin chegou ao poder, o empresário fez muitas críticas ao novo presidente e decidiu se mudar para a Inglaterra pedindo exílio político. Ele foi encontrado morto em seu apartamento em 2013.
Nadejda Andreevna Tolokonnikova
A artista plástica e cantora Nadejda Andreevna Tolokonnikova participou do grupo anarquista feminista Pussy Riot e foi presa por fazer ativismo político. A prisão aconteceu em 2012, após a celebridade invadir a Catedral de Cristo Salvador, em Moscou. O objetivo da ação era criar uma performance de uma das músicas de protesto contra Vladimir Putin.
Nadejda, que recebeu a anistia de soltura do presidente depois de dois anos, manifestou-se contra Putin. "Libertar pessoas a apenas alguns meses antes da expiração da pena é uma cortina de fumaça é ridículo. Este é um ato nojento e cínico de Putin."
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