Ucrânia: Com voto do Brasil, ONU aprova norma pelo 'fim imediato' de guerra
A Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas) aprovou hoje uma nova resolução que pede o "fim imediato" das hostilidades entre a Rússia e a Ucrânia, assim como "qualquer ataque contra civis e alvos civis". O texto teve voto a favor do Brasil. Essa já é a segunda norma que a assembleia aprova sobre o assunto.
O resultado da votação foi de 140 votos a favor, 5 contra e 38 abstenções, em uma vitória esmagadora contra o presidente russo Vladimir Putin. Votaram contra a resolução a Rússia, Belarus, Síria, Coreia do Norte e Eritreia.
O texto, proposto pela Ucrânia e promovido por México e França, fala em "consequências humanitárias da agressão" russa e pede "o cessar imediato das hostilidades", bem como a "retirada imediata, completa e incondicional" das forças armadas russas de território ucraniano.
"A assistência humanitária não pode ser refém de considerações políticas", disse o embaixador do México, Juan Ramón de la Fuente, que sustentou que esta iniciativa da comunidade internacional "é o mínimo que merece o povo ucraniano".
A resposta deve estar à altura das necessidades. Juan Ramón de la Fuente
O texto foi aprovado na data que marca o 30º dia de guerra com a Rússia. Em menos de um mês, o conflito provocou o deslocamento de 10 milhões de pessoas, entre elas 3,5 milhões refugiadas no exterior.
Na primeira resolução aprovada pela assembleia sobre a guerra, em 2 de março passado, 141 países votaram a favor de um texto de condenação à invasão russa. Foram 35 abstenções e cinco votos contra, os mesmos da resolução de hoje.
EUA e G7 vão aplicar novas sanções
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou hoje mais sanções à Rússia. Segundo o democrata, as novas medidas miram mais de 400 integrantes da elite russa, incluindo integrantes do Congresso e empresas do setor de defesa.
O G7, grupo composto pela Alemanha, Canadá, EUA, França, Itália, Japão e Reino Unido, também declarou hoje, em encontro em Bruxelas, que está pronto para adotar mais sanções contra o país do leste europeu.
Em declaração breve, o grupo acrescentou que "não poupará esforços" para que o presidente russo, Vladimir Putin, assim como os "arquitetos e pessoas que o apoiam nesta agressão", sejam responsabilizados.
Rússia: 'Temos o direito de pressionar o botão nuclear'
O vice-embaixador russo na ONU (Organização das Nações Unidas), Dmitry Polyanskiy, disse que seu país tem o direito de usar armas nucleares se for "provocado" pela Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).
Em entrevista à emissora britânica Sky News, Polyanskiy, um dos principais diplomatas da Rússia nos Estados Unidos, foi questionado sobre declaração do porta-voz do presidente russo, Vladimir Putin, que afirmou que seu chefe poderia apertar o botão nuclear, caso o país sinta que está enfrentando uma ameaça "existencial".
Perguntado se Putin estava certo em manter a perspectiva de uma guerra nuclear no resto do mundo, Polyanskiy respondeu:
Se a Rússia for provocada pela Otan, se a Rússia for atacada pela OTAN, por que não? Somos uma potência nuclear. Não acho que seja a coisa certa a dizer. Mas não é a coisa certa ameaçar a Rússia e tentar interferir. Então, quando você está lidando com uma potência nuclear, é claro, você tem que calcular todos os possíveis resultados do seu comportamento Dmitry Polyanskiy
Trocas de acusações marcam 30º dia de guerra
A aprovação da resolução ocorre em meio às autoridades da Rússia e Ucrânia fazendo troca de acusações, alegações de tomadas de controles de novos territórios e ameaça de uso de armas nucleares.
A Rússia disse hoje que tomou o controle da cidade de Izyum, segundo informações do Ministério da Defesa. A Ucrânia negou a ocupação do município e afirmou que a "batalha continua".
Horas mais tarde, a Marinha da Ucrânia afirmou que destruiu um navio de transporte militar russo ancorado no porto de Berdiansk, uma cidade próxima de Mariupol.
Os Estados Unidos e a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) também decretaram novas sanções à Rússia. Ao anunciar as medidas, que foram destinadas à elite russa, o presidente dos EUA, Joe Biden, disse que ela deveriam "compartilhar a dor" dos ucranianos. Novas medidas também foram adotadas pelo Reino Unido.
*Com informações de AFP
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