Topo

Guerra da Rússia-Ucrânia

Notícias do conflito entre Rússia e Ucrânia


Esse conteúdo é antigo

Rússia diz que monitora falas de Biden após ele chamar Putin de carniceiro

16.jun.2021 - Os presidentes dos Estados Unidos, Joe Biden (à esq.), e da Rússia, Vladimir Putin, durante encontro bilateral em Genebra, na Suíça - Sputnik/Mikhail Metzel/Pool via REUTERS
16.jun.2021 - Os presidentes dos Estados Unidos, Joe Biden (à esq.), e da Rússia, Vladimir Putin, durante encontro bilateral em Genebra, na Suíça Imagem: Sputnik/Mikhail Metzel/Pool via REUTERS

Do UOL, em São Paulo*

28/03/2022 06h55Atualizada em 28/03/2022 08h49

O Kremlin afirmou hoje que os comentários do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, são motivos de alarme. No sábado, o americano pediu publicamente o fim do regime de 22 anos de Vladimir Putin e o chamou de "carniceiro".

"Pelo amor de Deus, este homem não pode permanecer no poder", disse Biden no sábado ao final de um discurso para uma multidão em Varsóvia, capital da Polônia. Ele descreveu a invasão russa da Ucrânia como uma batalha em um conflito muito mais amplo entre democracia e autocracia.

A Casa Branca tentou esclarecer as observações de Biden, e o próprio presidente disse no domingo que não estava pedindo uma mudança de regime.

"Esta declaração é, sem dúvida, alarmante", declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, antes de advertir que Moscou continuará "monitorando de perto" as declarações do presidente Biden.

No sábado, Biden participou de um evento com refugiados ucranianos no Castelo Real de Varsóvia. Ele esteve ao lado do ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba; o ministro da Defesa, Oleksii Reznikov; o secretário de Estado dos EUA, Anthony Blinken; e o secretário de Defesa, Lloyd Austin.

Após os comentários de Biden, o presidente da França, Emmanuel Macron, alertou para os riscos de uma "escalada verbal" com a Rússia, enquanto a União Europeia diz que cabe aos russos decidir por quem serão governados.

Já o Ministério das Relações Exteriores da China declarou hoje que o "diálogo e a negociação" são o "único modo correto de resolver a questão ucraniana". "Aquilo que todas as partes devem fazer urgentemente é aliviar a situação, promover conversas e colocar fim à guerra, ao invés de intensificar os conflitos".

Putin tem servido como o líder supremo da Rússia desde que Boris Yeltsin renunciou em 1999. O Kremlin diz que Putin é um presidente eleito democraticamente e que o povo russo —ao invés dos Estados Unidos— é quem decide quem lidera a Rússia.

A fala de Biden pode alimentar as acusações de autoridades russas de que os Estados Unidos estão interessados em derrubar Putin.

Biden nega apoio a mudança de regime na Rússia

Após voltar da Polônia, o mandatário americano foi a uma missa em Georgetown no domingo e, na saída, foi abordado por jornalistas. Ele negou que tenha defendido uma mudança de regime na Rússia após ser questionado.

"O presidente sublinhou simplesmente que Putin não pode ter o poder de fazer uma guerra ou uma agressão contra a Ucrânia ou qualquer outro país. Não temos uma estratégia para uma mudança de regime em Moscou", garantiu o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, durante visita a Israel no domingo.

Não é a primeira vez que Biden insulta o presidente da Rússia. Em 17 de março, ele subiu o tom ao chamar Putin de "ditador assassino" e "puro bandido". A palavra usada por Biden ("thug") também pode ser traduzida como "matador".

No dia anterior, o presidente dos EUA afirmou que o russo é um "criminoso de guerra". Putin diz que a "operação militar especial" da Rússia na Ucrânia foi necessária porque os Estados Unidos estavam usando o país para ameaçar Moscou. Ele também diz que há perseguição contra falantes de russo pela Ucrânia.

A Ucrânia rejeita as alegações de perseguição como um pretexto infundado para a invasão.

*Com informações de AFP e ANSA