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Ucrânia avança contra tropas russas perto de Kiev, diz Reino Unido

1.abr.2022 - Uma mulher segura uma criança dentro de um ônibus enquanto as pessoas fogem de Mariupol e Melitopol em meio ao ataque da Rússia à Ucrânia, em um ponto de coleta em Zaporizhzhia, Ucrânia - Stringer/Reuters
1.abr.2022 - Uma mulher segura uma criança dentro de um ônibus enquanto as pessoas fogem de Mariupol e Melitopol em meio ao ataque da Rússia à Ucrânia, em um ponto de coleta em Zaporizhzhia, Ucrânia Imagem: Stringer/Reuters

Do UOL, em São Paulo

02/04/2022 08h16Atualizada em 02/04/2022 14h44

As forças ucranianas continuam avançando contra as tropas russas nas proximidades da capital Kiev, informou hoje a inteligência militar britânica, no 38º dia da guerra. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que as tropas russas estão "visivelmente" recuando no norte do país.

Soldados russos também se retiraram do aeroporto Hostomel, perto da capital, área sujeita a combates desde o primeiro dia do conflito, em 24 de fevereiro, disse o Ministério da Defesa do Reino Unido em um boletim regular.

Imagens de satélite, tiradas na quinta-feira (31) pela Maxar Technologies, mostram o terminal abandonado.

31.mar.2022 - Uma imagem de satélite mostra uma visão geral do Aeroporto Antonov em Hostomel, Ucrânia - Maxar Technologies/Reuters - Maxar Technologies/Reuters
31.mar.2022 - Uma imagem de satélite mostra uma visão geral do Aeroporto Antonov em Hostomel, Ucrânia
Imagem: Maxar Technologies/Reuters

Depois de cinco semanas da chamada "operação militar" ordenada pelo presidente russo, Vladimir Putin, que deixou algumas áreas da Ucrânia em ruínas, a Rússia anunciou nos últimos dias que reduziria os ataques contra Kiev e a cidade de Chernihiv, no norte.

Hoje, o conselheiro presidencial ucraniano Mikhaylo Podoliak confirmou que uma "rápida retirada" russa é observada nas regiões.

"Com a rápida retirada dos russos de Kiev e Chernihiv (...) está bastante claro que a Rússia escolheu outra tática prioritária: retirar-se para o leste e sul, manter o controle de vastos territórios ocupados e conquistar um poderoso ponto de apoio na região", escreveu Podoliak no Telegram, ao retomar a advertência do presidente Volodymyr Zelensky sobre uma reorganização das forças russas.

O governador da região de Chernihiv, Viacheslav Chaus, informou que a cidade de mesmo nome, devastada pelos combates nas últimas semanas, não sofreu novos ataques na madrugada de sábado.

Embora tenha dito que os "ocupantes" estejam recuando no norte do país, "de maneira lenta, mas visível", Zelensky alertou a população sobre os perigos após a retirada dos militares russos.

"A situação é catastrófica e há muito perigo. Os russos estão colocando minas terrestres em todo o território, casas, equipamentos e até mesmo corpos. Há muitas armadilhas e outros perigos. Estamos avançando com muito cuidado", explicou.

O horror da guerra, no entanto, não para na capital. O fotógrafo e documentarista ucraniano Maks Levin foi encontrado morto nas proximidades de Kiev, depois de ser considerado desaparecido por mais de duas semanas.

Mísseis atinges cidades no centro do país

Também hoje, mísseis russos atingiram duas cidades no centro da Ucrânia, danificando infraestrutura e prédios residenciais, disse o chefe da região de Poltava.

"Poltava. Um míssil atingiu uma das instalações de infraestrutura durante a noite", escreveu Dmitry Lunin em uma postagem nas redes. "Kremenchuk. Muitos ataques à cidade pela manhã." Não há informações sobre vítimas.

Lunin disse mais tarde que pelo menos quatro mísseis atingiram dois objetos de infraestrutura em Poltava enquanto, segundo informações preliminares, três aviões inimigos atacaram as instalações industriais de Kremenchuk.

A cidade de Poltava é a capital da região de Poltava, a leste de Kiev, e Kremenchuk uma das principais cidades da região.

De acordo o porta-voz do Ministério da Defesa russo, major-general Igor Konashenkov, o alvo em Kremenchuk foi uma grande refinaria de petróleo ucraniana.

Konashenkov disse que os militares russos destruíram instalações de armazenamento de gasolina e diesel que abasteciam tropas ucranianas nas regiões leste e central do país.

Na região de Dnipro, no sudoeste da Ucrânia, mísseis atingiram uma instalação de infraestrutura, ferindo duas pessoas e causando danos significativos, disse Valentyn Reznichenko, chefe da região. Na cidade de Kryvyi Rih, um posto de gasolina foi bombardeado, causando um incêndio, acrescentou.

Retirada de civis

O governo da Ucrânia informou que sete corredores humanitários seriam abertos para uma nova tentativa de retirada de civis da cidade de Mariupol, cercada por tropas russas.

A vice-premiê ucraniana, Iryna Vereshchuk, confirmou a informação em uma mensagem na sua conta Telegram, segundo o jornal "The Guardian". Segundo ela, o corredor de resgate de Mariupol prevê a retirada dos civis por transporte privado e por ônibus.

A Cruz Vermelha também divulgou que tenta novamente retirar dezenas de civis da cidade portuária e é a mais atacada por tropas russas desde o início da guerra na Ucrânia.

Prefeito de Bucha: 300 pessoas enterradas em valas

O prefeito de Bucha, perto de Kiev, informou hoje que há pelo menos 300 pessoas enterradas em "valas comuns" na cidade.

A declaração foi dada logo após as autoridades ucranianas encontrarem 20 corpos de homens com trajes civis em uma rua da cidade recém-libertada da ocupação russa.

Papa diz que planeja viajar para Kiev

Após reunir-se com um grupo de refugiados ucranianos no Vaticano hoje, o papa Francisco iniciou sua viagem para Malta e afirmou que está considerando uma viagem a Kiev.

Questionado por um dos jornalistas a bordo do avião que o levava de Roma a Malta se ele estava considerando o convite feito por autoridades ucranianas, o Pontífice respondeu que "sim, está na mesa". Ele, porém, não deu mais detalhes.

A declaração é dada após Jorge Bergoglio telefonar para o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, para debater a "difícil situação humanitária e o bloqueio de corredores de resgate pelas tropas russas".

* Com AFP, ANSA e Reuters