Cadáveres de 410 civis foram encontrados em áreas liberadas perto de Kiev
Os corpos de 410 civis foram encontrados nos territórios da região de Kiev, recentemente retomada do exército russo pelas forças ucranianas, informou hoje a procuradora-geral ucraniana, Iryna Venediktova.
"Os peritos forenses já examinaram 140 deles", acrescentou ela durante uma transmissão em vários canais de televisão ucranianos.
Ontem, mais 20 corpos foram encontrados em regiões próximas da capital ucraniana. A cena foi reportada por militares da Ucrânia ao chegar à cidade de Bucha. A região foi atacada pelo exército da Rússia.
As autoridades locais levaram correspondentes da AFP até uma vala comum com 57 corpos, alguns deles parcialmente enterrados. O prefeito da cidade disse que 280 pessoas foram enterradas nessas valas. Alguns dos homens mortos estavam com as mãos amarradas.
O ministro de Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, disse ontem que o número de mortos já passava de centenas que e os russos foram os responsáveis pelas mortes dos civis durante a saída do território ucraniano.
O Ministério da Defesa da Rússia negou ontem que tenha assassinado civis em Bucha, recapturada pelas forças ucranianas.
Crime de guerra
Boris Johnson, primeiro-ministro britânico, classificou como "crimes de guerra" os "ataques desprezíveis" da Rússia contra civis na cidade ucraniana de Bucha, onde foram encontrados vários corpos, e prometeu intensificar as sanções contra Moscou.
"Os desprezíveis ataques da Rússia contra civis inocentes em Irpin e Bucha são mais uma prova de que (o presidente russo Vladimir) Putin e seu exército estão cometendo crimes de guerra na Ucrânia", afirmou o britânico em um comunicado.
A embaixadora do Reino Unido na Ucrânia, Melinda Simmons, declarou ontem que ainda não se sabe a extensão do uso do estupro no conflito, mas acredita "está claro que foi parte do arsenal".
"Mulheres estupradas na frente de seus filhos, meninas (estupradas) na frente das suas famílias, como ato deliberado de subjugação. Estupro é um crime de guerra", acrescentou.
* Com AFP
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