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Homem baleado em NY se sentou ao lado de atirador: 'Pior dor que já senti'

Houkari Benkada, de 27 anos, encontra-se numa cama de hospital se recuperando do tiro no joelho. - Reprodução/Facetime
Houkari Benkada, de 27 anos, encontra-se numa cama de hospital se recuperando do tiro no joelho. Imagem: Reprodução/Facetime

Colaboração para o UOL, em São Paulo

13/04/2022 10h38Atualizada em 13/04/2022 15h20

Ferido no ataque a tiros dentro de um metrô de Nova York, um homem relatou que chegou a se sentar ao lado do suspeito do crime e viu o momento em que uma bomba de fumaça foi detonada dentro do trem, antes de o tiroteio começar.

Houkari Benkada, 27, está internado em um hospital, onde se recupera de um ferimento de bala na parte de trás do joelho, quando tentou fugir do ataque. Em entrevista à CNN, ele declarou que a tragédia o deixou marcado não apenas fisicamente, mas também emocionalmente.

"Isso me fez querer nunca mais andar de metrô na minha vida", disse Benkada.

Acreditando ser mais um dia comum de trabalho, o gerente de limpeza do New Yorker Hotel embarcou no trem e, apressado para pegar um assento, não imaginou que estaria tão perto do criminoso e muito menos que algo horrível aconteceria. "Eu estava na rua 59, dentro de um trem [do metrô]. Eu estava no primeiro vagão, próximo aos últimos assentos. Entrei sem prestar atenção em nada suspeito ou anormal e me sentei. O cara estava ao meu lado, mas não consegui vislumbrar seu rosto", contou o norte-americano.

Ele detalhou que o homem estava vestido com um colete verde de construção e carregava uma mochila, sem saber que ali estavam as armas que desencadeariam o ataque. Segundos depois, Benkada o viu colocar uma máscara de gás e detonar uma "bomba de fumaça", antes de disparar contra os demais passageiros assim que o trem deixou a estação.

"Tudo o que pude ver foi uma atmosfera escura que surgiu após a explosão de uma bomba de fumaça. As pessoas ficaram assustadas e correram para a parte de trás do vagão", narrou ele. "Cerca de 10 tiros foram dados. Acho que a arma deve ter travado por alguns instantes. Mesmo assim, nunca ouvi tantos tiros saírem de uma arma. Parecia o barulho mais alto que eu já ouvi na minha vida."

Em meio ao caos, Benkada disse que sua principal prioridade foi ajudar uma mulher grávida ferida a sair do trem antes da evacuação total, e nesse momento ele foi baleado. "A pior dor que senti em toda a minha vida. Lembro que fiquei tão chocado diante de tudo que estava acontecendo, que só senti a dor um pouco depois de ter sido atingido", alegou.

A bala acertou Benkada na parte de trás do joelho e saiu do outro lado. Os médicos lhe disseram que o projétil roçou sua rótula. Ele está se recuperando do ferimento e espera voltar a andar sozinho com a ajuda de muletas daqui algumas semanas.

Cenário de terror

Por meio dos relatos, estima-se que os tiroteios começaram por volta das 8h30 no horário local, dentro da estação localizada na rua 36.

Muitos passageiros afirmaram que ouviram sons de explosão de várias bombas, mas o Departamento de Polícia de Nova York (NYPD) declarou que, após uma longa varredura no local, não foram encontrados explosivos ativos. Contudo, informações da rede NBC confirmaram que dentro da mochila do responsável pelo tiroteio, havia uma arma e fogos de artifício.

A emissora também divulgou que a arma usada no incidente acabou travando, o que provavelmente evitou uma tragédia maior. Mesmo assim, 29 pessoas foram baleadas ou feridas, nenhuma delas com risco de morte.

Frank R.James, suspeito de ser o responsável pelo tiroteio no metrô de Nova York. - Reprodução/NYPD - Reprodução/NYPD
Frank R.James, suspeito de ser o responsável pelo tiroteio no metrô de Nova York.
Imagem: Reprodução/NYPD

Investigações

A polícia de Nova York afirmou ontem ter identificado o responsável pelo tiroteio. De acordo com os investigadores, Frank R.James, 62, continua foragido, mas foram encontradas na cena do crime chaves de uma caminhonete que foi alugada pelo criminoso, uma pista que pode dar mais informações sobre ele.

Segundo o The New York Post, James foi apontado pelos policiais como um homem problemático, que havia chamado a atenção anteriormente por ter disseminado discursos de ódio e ameaças em vídeos contra o prefeito de Nova York, Eric Adams. O infrator, que alegou ser diagnosticado com doença mental, disse que estava insatisfeito com os serviços de saúde pública direcionados às pessoas com os mesmos problemas.

Desde então, as autoridades passaram a monitorar as ações de James.