'Arma única', afirma Putin sobre míssil; EUA respondem: 'Não foi surpresa'
A Rússia anunciou hoje que realizou com sucesso o primeiro teste do disparo de um míssil balístico intercontinental, arma de nova geração e capaz de atingir longo alcance. Os Estados Unidos reagiram afirmando que o teste "não foi uma surpresa".
O exercício militar ocorre em meio à invasão promovida pela Rússia ao território da Ucrânia e a sanções econômicas estabelecidas por americanos e aliados contra os russos.
Em discurso transmitido na televisão, o presidente russo, Vladimir Putin, disse que o míssil balístico intercontinental, denominado Sarmat, com peso equivalente a 200 toneladas, é capaz de "derrotar todos os sistemas antiaéreos modernos" e avisou que a arma serve de "alerta para os inimigos".
Trata-se de uma arma única, que reforçará o potencial militar das nossas Forças Armadas. Vai garantir a segurança da Rússia contra as ameaças externas e vai fazer aqueles que ameaçam nosso país com uma retórica desenfreada e agressiva pensarem duas vezes. Vladimir Putin, em discurso reproduzido pela agência de notícias AFP
"Ressalto que na criação do Sarmat foram usados apenas conjuntos, componentes e peças de produção nacional", acrescentou.
O porta-voz do Ministério da Defesa da Rússia, Igor Konashenkov, disse que o lançamento ocorreu às 15h12 locais (9h12 em Brasília) do centro de Plesetsk, na região de Arcangel (noroeste) e atingiu o seu objetivo, que seria o polígono de Kura, na península russa de Kamchatka, no extremo leste, a mais de 5 mil quilômetros de distância.
Teoricamente, o Sarmat teria melhores resultados que seu antecessor, o míssil Voevoda, capaz de atingir a 11 mil km de alcance. Em 2019, Putin já havia dito que esse míssil balístico não tinha "praticamente nenhum limite de alcance" e que era capaz de "chegar a seus alvos através dos polos norte e sul".
Em março, Moscou afirmou ter utilizado o Kinjal pele primeira vez contra alvos na Ucrânia.
EUA reagem
O Pentágono declarou, no entanto, que o teste realizado pela Rússia não é considerado uma ameaça pelos Estados Unidos e seus aliados. Moscou "notificou devidamente" a Washington sobre o teste em virtude das obrigações impostas pelo tratado nuclear, por isso "não foi uma surpresa", afirmou seu porta-voz John Kirby.
*Com informações da agência AFP
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