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Brasileiro preso no Líbano é impedido de tratar câncer, diz site

23.04.2022 - Majzoub, que tem nacionalidade brasileira, está preso no Líbano há nove meses - Arquivo Pessoal
23.04.2022 - Majzoub, que tem nacionalidade brasileira, está preso no Líbano há nove meses Imagem: Arquivo Pessoal

Do UOL, em São Paulo

23/04/2022 09h45

O empresário libanês Khaled Mohamad Majzoub, que tem nacionalidade brasileira, está preso há nove meses no Líbano e sem acesso ao tratamento contra um câncer de intestino. Os advogados de Majzoub não conseguiram ter acesso a documentos que justifiquem o motivo da sua prisão em Joub Jannine, no Vale do Bekaa. As informações são do site Jornal do Líbano.

Majzoub viajou para o Líbano no final de 2021 ao lado da esposa, Mona Abdul Latif El Majzoub. Os dois teriam viajado para encontrar familiares após o final de um ciclo do tratamento de quimioterapia da mulher, que combateu um câncer nos ossos.

Majzoub e Mona foram alvos de disparos na madrugada de 22 de agosto após deixarem um restaurante na cidade de Anjar. Anam Ballat, amiga do casal, seguia em um carro separado, mas também foi atingida pelos disparos e morreu no local, segundo o Jornal do Líbano. Para fugir dos disparos, o carro em que o empresário e a esposa estavam bateu em um muro. Mona teria desmaiado e foi socorrida para um atendimento médico na região.

O casal foi até a delegacia na manhã do dia seguinte ao crime, como vítima e testemunha do caso para registrar um Boletim de Ocorrência. Segundo relatos de parentes ao site, Majzoub foi interrogado por horas e preso. A detenção permanece até hoje.

Mona também foi presa dois dias depois do marido. Os advogados do casal disseram ao site que as prisões ocorreram sem provas ou justificativas.

Após pagar fiança de US$ 200, em dezembro de 2021, Mona foi liberada, mas segue impedida de deixar o país e dar continuidade ao tratamento do câncer nos ossos no Brasil. Durante o período em que permaneceu presa, ela afirmou ao jornal que não recebeu nenhum tipo de atendimento oncológico.

O UOL tentou contato pelos telefones da Embaixada Libanesa, em Brasília, e do Consulado Libanês em São Paulo, mas não houve resposta. A reportagem também encaminhou email com pedido de esclarecimentos sobre o caso. Assim que houver resposta, ela será adicionada.

Suspeita de envolvimento no assassinato

A suspeita era que o casal estaria envolvido no assassinato da amiga. Familiares de Ballat desmentiram a versão da polícia com documentos, inocentando Majzoub e Mona das acusações.

O empresário faz tratamento oncológico no Sírio-Líbanês, na cidade de São Paulo. Para provar que necessita de cuidados, os advogados de defesa apresentaram laudos médicos traduzidos para o árabe e inglês, mas não foram aceitos pelas autoridades libanesas.

A Justiça do país, segundo os advogados, afirma que se tratam de documentos falsos, emitidos pelo Sírio-Libanês e assinado pelo médico mestre e doutor em cirurgia Nadim Farid Safatle.

O UOL entrou em contato com o hospital para confirmar se Majzoub era paciente da unidade e aguarda retorno.