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Guerra da Rússia-Ucrânia

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Ucrânia inunda próprio vilarejo em Kiev para atrasar avanço da Rússia

Padre ortodoxo reza a missa de Páscoa nos destroços de uma igreja em Hostroluchchia, próximo a Kiev - STRINGER/REUTERS
Padre ortodoxo reza a missa de Páscoa nos destroços de uma igreja em Hostroluchchia, próximo a Kiev Imagem: STRINGER/REUTERS

Colaboração para o UOL

27/04/2022 17h24Atualizada em 27/04/2022 17h24

A Ucrânia inundou o vilarejo de Demydiv, ao norte da capital Kiev, de propósito, para atrasar o avanço dos soldados da Rússia durante a invasão. Segundo o jornal The New York Times, também foi inundada uma vasta extensão de campos e pântanos ao redor, o que frustrou um ataque russo, dando tempo para o exército ucraniano preparar defesas.

De acordo com a reportagem, publicada hoje, os moradores estão sofrendo graves consequências da inundação, já que a água deixou muitas casas submersas. Porém, eles estariam satisfeitos com a operação.

"Todo mundo entende e ninguém se arrepende por um momento", disse Antonina Kostuchenko, uma aposentada. A água na sala de estar dela agora chega a 30 centímetros acima das paredes.

"Nós salvamos Kiev!", ascrescenta Antonina.

Segundo o jornal norte-americano, Demydiv foi inundado após a abertura de uma barragem próxima. Em outras partes da Ucrânia, os militares explodiram pontes, bombardearam estradas e desativaram ferrovias e aeroportos. O objetivo tem sido atrasar os avanços russos, canalizar tropas inimigas para armadilhas e forçar colunas de tanques em terrenos menos favoráveis.

Mais de 300 pontes destruídas na Ucrânia

Até agora, mais de 300 pontes foram destruídas em toda a Ucrânia, disse o ministro da Infraestrutura do país, Oleksandr Kubrakov.

Uma abordagem, de acordo com a reportagem, usada com frequência em Kiev no mês passado e nos últimos dias no combate no leste da Ucrânia, é forçar os soldados russos a tentarem atravessar rios em torno de pontes destruídas. Esses locais são cuidadosamente planejados com antecedência por equipes de artilharia ucranianas, para atacar os inimigos e dificultar sua passagem.

"Nosso exército, nossos militares usaram itens de engenharia de maneira muito adequada, sejam barragens ou pontes que explodiram, e impediram o avanço das forças", disse o ministro da Infraestrutura.

O dano total estimado à infraestrutura de transporte após dois meses de guerra é de cerca de US$ 85 bilhões, disse o governo ucraniano. Independentemente de qual lado realmente destruiu qualquer local em particular, Kubrakov culpou a Rússia.

"Nós não teríamos explodido nossas próprias pontes se a guerra não tivesse começado", disse o ministro. "A causa é a mesma: agressão à Federação Russa."

Putin promete resposta rápida 'como raio' se houver intervenção na Ucrânia

O presidente russo, Vladimir Putin, ameaçou com uma resposta rápida caso outros países atuem na Ucrânia. "Se alguém quiser intervir na situação na Ucrânia e criar uma ameaça estratégica, os ataques serão rápidos como um raio", disse Putin, segundo relato das agências de notícias da Rússia.

De acordo com Putin, em caso de ameaça à Rússia, o país "usará, em resposta, meios que seus oponentes ainda não têm". Hoje, a guerra promovida pelo governo russo em território ucraniano chegou ao 63º dia. Putin fez o pronunciamento em reunião com o Conselho de Legisladores na Rússia.

Para o presidente russo, a Ucrânia foi empurrada de fora para confronto direto com a Rússia. No início do confronto, o governo russo justificou a invasão citando a possibilidade de a Ucrânia fazer parte da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), aliança militar que tem os Estados Unidos como principal liderança, o que seria uma ameaça, do ponto de vista da Rússia.