Ucrânia afasta russos de cidade de Zelensky; guerra deve cessar, diz ONU
O Ministério da Defesa da Ucrânia, em seu relatório de hoje, disse que a Rússia "intensificou o reconhecimento aéreo e as tentativas de operações de assalto" em algumas áreas em Kryvyi Rih, cidade natal do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. "Ele [Rússia] foi repelido e recuou para sua antiga posição". Kryvyi Rih é uma cidade no sudeste ucraniano, na região de Dnipropetrovsk.
Ainda no relatório, a Defesa ucraniana indicou que, "para manter os limites da defesa, os ocupantes estão reforçando suas posições avançadas, deslocando reservas para prováveis áreas de implantação de unidades das Forças de Defesa". Ontem, Zelensky disse que a Rússia controla 20% do território ucraniano.
Hoje, a invasão russa ao território ucraniano entrou em seu 100º dia. Para a ONU (Organização das Nações Unidas), a guerra da Rússia na Ucrânia "não terá vencedor". "Esta guerra não tem e não terá vencedor", disse Amin Awad, secretário-geral adjunto e coordenador de crises da ONU para a Ucrânia. "Precisamos de paz. A guerra deve cessar."
A invasão russa, iniciada em 24 de fevereiro, "teve um preço elevado para os civis", destacou Awad, que cita "a destruição e a devastação de cidades e localidade", assim como as perdas de "vidas, casas, empregos e perspectivas".
Há várias semanas, os exércitos ucraniano e russo se enfrentam no leste do país e no sul, onde Moscou já mencionou a possibilidade de convocar referendos com o objetivo de anexar os territórios ocupados.
Awad afirmou ainda que, nesses pouco mais de três meses de guerra, "quase 14 milhões de ucranianos foram obrigados a fugir de suas casas, a maioria mulheres e crianças", o que chamou de um fenômeno "sem precedentes na história".
Dissuasão
Segundo a Defesa ucraniana, as forças russas não agiram "ativamente" na região de Kharkiv, apesar do registro de ataques na área. "Os principais esforços estão focados em dissuadir as ações das Forças de Defesa da Ucrânia", disse o relatório. Nos últimos dias, a Ucrânia tem apontado que a Rússia mantém focos de tensão em áreas mais ao norte e nordeste do país para evitar que tropas se dirijam para áreas do Donbass, principal ponto da ofensiva russa.
Entre ontem e hoje, a Ucrânia indicou ter sofrido ataques também nas regiões de Lugansk, Donetsk, Dnipropetrovsk e Mykolayiv.
Em seu relatório de hoje, o Ministério da Defesa da Rússia disse ter atingido em ataques 58 áreas de "concentração de mão de obra e de equipamentos militares" em território ucraniano. Entres eles, ao menos 13 tanques foram destruídos.
Nos ataques, os russos disseram ter matado ao menos 360 combatentes da Ucrânia.
Resistência e fracasso
Em uma análise sobre os 100 dias de guerra, a inteligência do Ministério da Defesa do Reino Unido disse que, "em relação ao plano original da Rússia, nenhum dos objetivos estratégicos foi alcançado", citando a tentativa de tomar Kiev.
"A forte resistência ucraniana e o fracasso em proteger o aeródromo de Hostomel nas primeiras 24 horas levaram à repulsão das operações ofensivas russas", disseram os britânicos, aliados da Ucrânia.
Na sequência, a Rússia "adaptou seu projeto operacional para se concentrar no Donbass", onde "está agora alcançando sucesso tático", segundo avaliação dos britânicos, que apontam que mais de 90% da região de Lugansk já é controlada pelos russos. "E provavelmente completará o controle nas próximas duas semanas."
Para o Reino Unido, "a Rússia alcançou esses sucessos táticos recentes com um custo significativo de recursos e concentrando força e fogos em uma única parte da campanha geral." "A Rússia não conseguiu gerar manobras ou movimentos em outras frentes ou eixos, todos os quais transitaram para a defensiva."
Os britânicos dizem acreditar que, para a Rússia alcançar "qualquer forma de sucesso, será necessário um enorme investimento contínuo de mão de obra e equipamentos", o que, "provavelmente, levará um tempo considerável".
(Com AFP)
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