Topo

Esse conteúdo é antigo

Maldivas ganham cidade flutuante de 20 mil pessoas contra mudança climática

Cidade flutuante nas Maldivas deve ter capacidade para 20 mil habitantes - Maldives Floating City/Dutch Docklands
Cidade flutuante nas Maldivas deve ter capacidade para 20 mil habitantes Imagem: Maldives Floating City/Dutch Docklands

Do UOL, em São Paulo

21/06/2022 04h00Atualizada em 21/06/2022 08h22

Com unidades habitacionais chegando a custar o equivalente a R$ 1,2 milhão, uma cidade flutuante erguida nas Maldivas deve abrigar até 20 mil moradores no Oceano Índico

Como uma alternativa para moradores de um dos países mais ameaçados pelas mudanças climáticas do mundo, a obra está sendo erguida a cerca de 10 minutos de barco da capital Malé.

Com planos para receber os primeiros moradores em 2024, o Projeto Maldivas, feito em parceria entre o governo do país asiático e um desenvolvedor arquitetônico holandês chamado Dutch Docklands, pode virar refúgio no país que tem 80% das suas terras localizadas a menos de um metro acima do nível do mar.

A construção, que está em processo de desenvolvimento, deve ter casas coloridas e capacidade para receber até 20 mil moradores, com 5 mil módulos residenciais divididos entre residências, restaurantes, áreas de comércio e até mesmo escolas.

De acordo com o projeto Maldivas, as unidades habitacionais da cidade flutuante serão construídas em estaleiros e, quando estiverem prontas, enviadas para as ilhas. Elas ficarão presas a uma espécie de casco de concreto parafusado no relevo oceânico.

A forma como as casas são presas ao "chão do oceano" fará com que elas "flutuem gentilmente" com as ondas que atingem a região. Como a área é cercada por corais, porém, a expectativa é de que a movimentação nas residências seja leve a ponto de não enjoar os moradores.

Os preços para morar no local devem variar de US$ 150 mil (equivalente a R$ 770 mil) por um estúdio e US$ 250 mil (R$ 1,2 milhão) para uma residência familiar.

Apesar de não ser pioneiro, o projeto é considerado inovador por causa da quantidade de pessoas que deve abrigar e pela "velocidade" em sua construção, já que, segundo as projeções dos arquitetos responsáveis, em cinco anos, todo o projeto estará entregue à população.

De acordo com Koen Olthuis, da Waterstudio, empresa arquitetônica responsável pelo desenho da cidade, os danos ambientais causados pela construção foram avaliados antes do projeto entrar em prática. Para que as obras fossem iniciadas, uma autorização governamental foi necessária.

Uma das medidas paliativas feitas pela companhia para lidar com os danos ambientais de uma cidade de 20 mil pessoas no meio do oceano é a criação de um banco artificial de corais. A expectativa é de que o material, feito de vidro de espuma, estimule o crescimento natural de corais na área.

A eletricidade deve ser majoritariamente solar na região e o esgoto deve ser tratado localmente, sendo reutilizado em plantações.