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Ataque a tiros em desfile de 4 julho nos EUA deixa pelo menos seis mortos

Do UOL*, em São Paulo

04/07/2022 13h50Atualizada em 04/07/2022 17h24

Pelo menos seis pessoas morreram e outras 24 ficaram "gravemente feridas" durante um tiroteio que interrompeu as celebrações do Dia da Independência dos Estados Unidos, comemorado hoje, na cidade de Highland Park, localizada próxima a Chicago, no estado de Illinois.

A informação foi confirmada pela polícia local, que também orientou os moradores a se abrigarem em locais seguros, já que o suspeito do crime não tinha sido preso ou identificado horas após o crime.

Por volta das 14h (16h no horário de Brasília), a polícia de Highland Park afirmou que o atirador continuava a ser procurado com ajuda do FBI.

Segundo o vice-chefe do departamento de polícia de Lake County, Christopher Covelli, os primeiros tiros foram registrados às 10h14 (12h14 no horário de Brasília) e o suspeito parou de atirar quando a polícia chegou ao local. "Tudo indica que ele era discreto e muito difícil de ser visualizado", afirmou.

O policial pediu que os moradores da região entregassem vídeos de câmeras de segurança e que quem estivesse no desfile também disponibilizasse fotos para que a polícia pudesse buscar evidências do suspeito.

Autoridades também informaram que o atirador teria entre 18 e 20 anos, era branco, tinha cabelos longos e cometeu o crime de um telhado, usando um rifle para mirar nas pessoas "aleatoriamente" durante o desfile. Uma arma foi apreendida pelas autoridades e o FBI foi acionado para tentar encontrar o suspeito.

Desfiles marcados em subúrbios vizinhos a Highland Park, em Evanston e Deerfield, foram cancelados. Ao New York Times, fontes policiais de Illinois afirmaram que outras cidades com desfiles marcados para o turno da tarde foram orientadas a suspender as atividades por precaução.

"Em um dia que nos unimos para celebrar a nossa comunidade e liberdade, estamos enlutados pela perda trágica de vidas e lutando para lidar com o terror que nos acometeu", afirmou em pronunciamento a prefeita de Highland Park, Nancy Rotering.

Não há palavras para descrever o tipo de monstro que fica esperando para atirar contra multidões de famílias com crianças que estão celebrando um feriado com a sua comunidade.
J.B. Pritzker, governador de Illinois

Pelo menos cinco pessoas morreram após tiroteio durante desfile de 4 de julho nos EUA - WLS/ABC7 via REUTERS - WLS/ABC7 via REUTERS
Pelo menos cinco pessoas morreram após tiroteio durante desfile de 4 de julho nos EUA
Imagem: WLS/ABC7 via REUTERS

O congressista democrata Brad Schneider, que representa Highland Park, afirmou que estava no começo do desfile quando os tiros começaram. Ele e a equipe estão em segurança.

"Envio minhas condolências às famílias, minhas orações aos feridos e à minha comunidade e meu comprometimento para fazer tudo que estiver ao meu alcance para nossas crianças, cidades e nossa nação ficar ainda mais segura", declarou.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, também se pronunciou sobre o caso, afirmando que a "violência armada sem sentido trouxe, mais uma vez, luto à comunidade norte-americana no Dia da Independência". O mandatário afirmou que o governo federal dará suporte às investigações. "Há muito mais trabalho a ser feito e eu não vou desistir de lutar contra a epidemia de violência armada", disse.

De acordo com o Sistema de Saúde da NorthShore University, 31 pessoas que estavam no desfile foram admitidas em hospitais da região. A maior parte tinha ferimentos de bala, mas alguns tinham ferimentos provocados pela correria durante o tiroteio.

Testemunhas confundiram tiros com fogos de artifício

Vídeos divulgados nas redes sociais mostram a correria registrada no momento em que os tiros começam a ser disparados. É possível ver que algumas testemunhas estão distraídas e demoram a perceber o que está acontecendo.

"Minha esposa olhou para cima e gritou 'levantem, levantem, corram'. Virei e consegui ver o atirador. Não consigo tirar a imagem desse cara da minha cabeça", disse Shawn Cotreau, que visitava o desfile com a esposa e os três filhos para ver os sogros, em entrevista ao New York Times.

Ele contou que muitos pensaram que os barulhos dos tiros eram fogos de artifício e disse que o desfile ainda não tinha chegado à praça principal da cidade quando o atirador iniciou o ataque. Segundo o homem, parte das vítimas estava sentada em uma das vias principais da cidade, aguardando o desfile passar.

Algumas pessoas, inclusive crianças e adultos com carrinhos de bebê, correram no sentido contrário do desfile. Em alguns pontos, aqueles que não ouviram os tiros não entendiam a presença de carros policiais e veículos de resgate. "É um incêndio? Alguma emergência?", pergunta uma das mulheres assistindo ao desfile.

A região de Highland Park tem cerca de 30 mil habitantes e fica a cerca de 40 quilômetros de distância de Chicago.

Violência armada

Polícia acredita que suspeito atirou 'aleatoriamente' durante desfile de 4 de julho em Highland Park - Jim Vondruska/GETTY IMAGES NORTH AMERICA/Getty Images via AFP - Jim Vondruska/GETTY IMAGES NORTH AMERICA/Getty Images via AFP
Polícia acredita que suspeito atirou 'aleatoriamente' durante desfile de 4 de julho em Highland Park
Imagem: Jim Vondruska/GETTY IMAGES NORTH AMERICA/Getty Images via AFP

Dados do CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos), mostram que o estado de Illinois não está entre aqueles com os maiores indicadores de mortes por armas de fogo no país. Em 2020, a média de mortes causadas por tiroteios no estado foi de 14,1 a cada 100 mil habitantes.

De acordo com o Arquivo de Violência Armada dos Estados Unidos, mais de 10 mil homicídios e mortes acidentais já foram causadas por armas de fogo desde o começo do ano no país e 308 tiroteios em massa foram registrados na nação desde janeiro.

Contando o número de mortos e feridos, o ataque em Highland Park é o terceiro com maior número de vítimas até o momento, ficando atrás apenas do ataque à escola elementar de Uvalde, no Texas, que deixou 22 mortos em maio, e do ataque de um supremacista branco a um supermercado em Buffalo, também no mês de maio, que deixou 10 pessoas mortas.