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Trump planejava declarar vitória em 2020 de qualquer jeito, diz Bannon

Ex-assessor da Casa Branca Steve Bannon  - ANDREW KELLY
Ex-assessor da Casa Branca Steve Bannon Imagem: ANDREW KELLY

Colaboração para o UOL

14/07/2022 19h07Atualizada em 14/07/2022 19h07

De acordo com uma conversa vazada entre Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos, e seu conselheiro na época, Steve Bannon, Trump planejava declarar vitória na eleição de 2020 mesmo sem o resultado final da contagem dos votos.

"O que Trump vai fazer é apenas declarar vitória. Certo? Ele vai declarar vitória. Mas isso não significa que ele é um vencedor", disse Bannon num áudio três dias antes da eleição para um grupo de assessores.

"Ele só vai dizer que é um vencedor.", completou Bannon. Isso porque Trump deduzia que os votos por correio só iam ser computados mais tarde e a maioria votaria no democrata Joe Biden, o atual presidente. Enquanto isso, os votos presenciais de maioria republicanos seriam anunciados primeiro.

O áudio vazado de Bannon tem quase uma hora de duração e foi gravado em uma reunião com os apoiadores de Guo Wengui, um magnata chinês exilado.

"Você vai ter antifa, doido. A mídia, louca. Os tribunais estão loucos. E Trump vai ficar sentado lá zombando, tuitando: 'Você perdeu. Eu sou o vencedor. Eu sou o rei.", afirmou Bannon.

Ainda sim, horas após a eleição e ainda sem o resultado final, Trump alegou vitória: "Francamente, nós vencemos esta eleição".

No entanto, ele perdeu com 232 dos votos, contra os 306 de Joe Biden.

Entenda o vazamento do áudio

O áudio vaza dias antes de um julgamento de Bannon. Na segunda-feira (18), ele deve ir a julgamento por desacato criminal, após ignorar uma intimação do comitê da Câmara que estava investigando a invasão ao Capitólio americano, em 6 de janeiro de 2021.

Ele afirmou que estava disposto a testemunhar, mas a oferta foi descartada pelo Departamento de Justiça como "última tentativa de evitar a responsabilização". O julgamento deve seguir em frente, de acordo com o juiz distrital do país, Carl Nichols, indicado por Trump.