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Jovem com dislexia grave chega à universidade graduado com notas máximas

Oliver Chadwick se prepara para o curso de Matemática da Engenharia na Universidade de Bristol, uma das melhores do mundo - Divulgação/Ralph Allen School
Oliver Chadwick se prepara para o curso de Matemática da Engenharia na Universidade de Bristol, uma das melhores do mundo Imagem: Divulgação/Ralph Allen School

Colaboração para o UOL

11/09/2022 18h22

O estudante britânico Oliver Chadwick, 18, tem dislexia grave, o que lhe conferiu um grau de leitura comparável ao de uma criança de seis anos. Porém, isso não o impediu de concluir o ensino médio com a mais alta graduação. Ele agora está se preparando para um curso na Universidade de Bristol depois dos incríveis resultados nos exames da escola.

Segundo revelou ao site de notícias britânico SomersetLive, Oliver acaba sendo afetado principalmente pela leitura de avisos e placas por causa de sua condição. Mesmo assim, ele se graduou com a nota máxima (A) em todas as matérias na Ralph Allen School, onde cursou o ensino médio.

"Minha dislexia me afeta bastante, mas também surpreendentemente pouco se pensarmos bem sobre isso. Quando as pessoas ouvem que você não sabe ler ou escrever, pensam que você não pode fazer nada, mas isso só me afeta no dia a dia quando não consigo ler coisas como placas", declarou.

Em entrevista ao site, a mãe de Oliver, Sophie, 54, se lembra da primeira vez que percebeu que Oliver não era como as outras crianças. "Quando ele começou a escola, fazíamos piadas na mesa de jantar todas as noites quando perguntávamos ao Oliver o que ele almoçou naquele dia, porque ele sempre dizia 'batata e feijão'", contou.

"Nós pensamos que era apenas porque ele realmente gostava, mas na verdade era porque ele não conseguia ler o menu [do restaurante da escola] e isso era algo que ele sabia que eles tinham todos os dias. Mesmo agora, ele não consegue ler os menus, mas se tornou muito melhor em adivinhar o que podem ser as placas e avisos".

Quando Oliver começou a ficar para trás com sua alfabetização na escola secundária, Sophie foi informada de que ele "aprenderia eventualmente".

"Eu sabia que algo não estava normal, mas eles passaram muito tempo me dizendo que os meninos geralmente eram um pouco mais lentos para aprender do que as meninas", contou a mãe. "Enquanto outras crianças podem levar uma hora para fazer a lição de casa, Oliver pode levar 20 vezes mais."

Associação para pacientes com dislexia

Sophie diz que ele ia às aulas na associação britânica que cuida de pacientes com dislexia durante duas horas por semana aos sábados, para praticar sua leitura e escrita, enquanto ela tinha que trabalhar meio período para poder ajudá-lo com seu aprendizado em casa.

"Depois de um tempo, eles disseram que não havia vantagem para ele continuar com as aulas porque ele não estava progredindo. Eles provavelmente são ótimos para outras crianças, mas a coisa toda não estava funcionando para Oliver", relembra Sophie.

"Desde então, conversei com dois especialistas, que fazem seu trabalho há muito tempo, e eles disseram que ele era a pessoa mais profundamente disléxica que eles já conheceram. Então, quando ele foi para a escola secundária, decidi que iríamos parar de tentar ensiná-lo."

Oliver, no entanto, nunca deixou sua deficiência incomodá-lo, optando por se concentrar em seus pontos fortes.

Quando ingressou na Ralph Allen School, Oliver passou a maior parte das aulas ouvindo o que o professor dizia. Ele tinha um professor assistente para algumas de suas aulas, embora dissesse que achava difícil quando eles mudavam.

"Então eu ensinava a eles do zero o que eu precisava que eles escrevessem", diz o estudante, que conseguiu provar, ao final, que sua condição não o impediria de evoluir nos estudos. Oliver agora se prepara para cursar Matemática da Engenharia na Universidade de Bristol.

"Não adianta eu me estressar. Eu tento me manter bastante calmo, porque sempre pode haver algo que a gente esquece nos estudos. Mas você tem que aceitar isso e seguir em frente", disse o estudante.