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Quem foi Nostradamus, o astrólogo que fez previsões sobre o rei Charles 3º

Retrato de Michel de Nostredame, conhecido como Nostradamus (pintura do século 17) - Wikimedia Commons
Retrato de Michel de Nostredame, conhecido como Nostradamus (pintura do século 17) Imagem: Wikimedia Commons

Franceli Stefani

Colaboração para o UOL

14/09/2022 04h00

Conhecido como o profeta que teria anunciado o ano do apocalipse (3.797) e previsto a ascensão de Hitler, o médico, astrólogo e ocultista Nostradamus (1503-1566) ganhou novamente destaque na mídia após a morte da rainha Elizabeth 2ª, no final da semana passada.

Em reportagem publicada no tabloide britânico Daily Star, o livro "As Profecias - São Malaquias, Nostradamus e o Fim do Mundo", escrito em 2005, reinterpreta as previsões originais feitas por Nostradamus há 447 anos. Uma delas é a de que o rei Charles 3º terá reinado curto e uma pessoa misteriosa o forçaria a abdicar do trono, tomando assim o seu lugar.

Mas, afinal, quem foi Nostradamus?

Filho de um comerciante de grãos, James de Nostradamus, e de Reyniere de Saint-Rémy, Michel de Nostredame (Saint-Rémy-de-Provence, 14 ou 21 de dezembro de 1503 - Salon-de-Provence, 2 de julho de 1566), latinizado como Nostradamus, tinha conhecimento sobre línguas clássicas, astrologias e ocultismo devido aos ensinamentos de seus avós.

Pesquisadores dizem que Nostradamus, inclusive, dava indícios de que conhecia a Lei da Gravidade antes de Newton e as leis de Kepler, antes de Kepler.

De acordo com o Infoescola, quando adolescente estudou em Avignon e, mais tarde, fez medicina na Universidade de Montpellier, no Sul da França. Dono de uma memória elogiável, era divertido, brincalhão e esperto, além de ser uma pessoa extremamente inteligente, como falavam os próprios colegas de classe.

Na universidade de medicina, no final de 1520, a chegada da Peste Bubônica fez com que as aulas fossem suspensas. Foi quando ele resolveu viajar para cuidar das vítimas. A doença matou sua esposa e mãe de seus dois filhos — que também não resistiram à praga. Segundo o site Aventuras na História, a família da mulher chegou a processar Nostradamus e exigiu que ele devolvesse o dote, uma vez que ele não conseguiu evitar o pior.

Entre as provas levadas ao tribunal, a de que ele teria dito que uma "escultura da Virgem tinha a 'moldagem dos demônios'. O bafafá foi tão grande que ele foi chamado ao tribunal da Inquisição", detalha a reportagem. Em 1547, ele se casou com uma viúva rica e fixou residência em Salon-en-Provence.

Esse foi o mesmo ano em que ele começou a fazer previsões, como conta a bibliotecária e professora Dilva Frazão, no site Ebiografia.

Nostradamus chegou a fazer fortuna como médico, e depois passou a fazer estudos astrológicos. A profissional detalha que as visões surgiam à noite, quando fixava seus olhares para o fogo ou a água. Centenas de profecias foram detalhadas na coleção Les Propheties.

As previsões estavam quase todas escritas em quadras rimadas. Por estarem reunidas, quase sempre, em grupos de 100, as quadras ficaram conhecidas também como As Centúrias. Ao todo, Nostradamus publicou exatamente nove conjuntos de 100 quadras e um décimo com 42 quadras.

Reeditada três anos mais tarde, foi dedicada a Henrique 2º. A esposa dele, a rainha francesa Catherine de Médicis, era admiradora do trabalho do pensador, tanto que se consultava com ele. Nostradamus previu a morte de seu marido, fazendo com que sua fama se espalhasse ainda mais, atraindo seguidores de várias partes do mundo.

O profeta previu diversos eventos relevantes para o mundo, como a bomba atômica, a 1ª Guerra Mundial, a Revolução Francesa, as mortes da princesa Diana e do presidente John F. Kennedy.

Epilético e sofrendo de insuficiência cardíaca, o autor misterioso das centúrias morreu em 2 de julho de 1566, aos 62 anos, em Salon-de-Provence, sul da França. Ele, inclusive, previu o próprio falecimento.

Quando o seu assistente lhe desejou boa noite, se limitou a responder: "Você não vai encontrar-me vivo ao amanhecer". Assim foi. Hoje, Nostradamus é um dos nomes mais buscados na internet, e o seu legado ainda é motivo de mistérios para os pesquisadores.