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Nazista que se caracterizava de Hitler é condenado por invasão ao Capitólio

Caracterizado de Hitler, Timothy Louis Hale-Cusanelli tem comportamentos estranhos por causa da educação difícil e distanciamento de seus pais, segundo o advogado - Reprodução/NBC News
Caracterizado de Hitler, Timothy Louis Hale-Cusanelli tem comportamentos estranhos por causa da educação difícil e distanciamento de seus pais, segundo o advogado Imagem: Reprodução/NBC News

Do UOL, em São Paulo

23/09/2022 13h08Atualizada em 23/09/2022 13h08

Um homem que se caracterizava de Hitler foi condenado a quatro anos de prisão por invadir o Capitólio em janeiro de 2021, que tentou impedir a certificação da vitória eleitoral do presidente Joe Biden sobre o ex-presidente Donald Trump. Timothy Louis Hale-Cusanelli, 32, também terá de pagar US$ 2 mil (aproximadamente R$ 10 mil) de multa.

Segundo o Departamento de Justiça dos Estados Unidos e o jornal norte-americano The New York Times, o réu estava trabalhando como segurança em uma estação naval em Nova Jersey (EUA) quando se juntou à multidão pró-Trump que invadiu o Capitólio.

Ele foi um dos primeiros manifestantes a entrar no Capitólio, logo após o começo da invasão. O réu fez declarações ofensivas e depreciativas em relação aos policiais do Capitólio, dizendo que uma "revolução" estava chegando. O agora condenado permaneceu no prédio por aproximadamente 40 minutos.

Em um julgamento em maio, ele foi condenado por cinco acusações criminais, incluindo obstrução da certificação dos resultados das eleições de 2020, que ocorreu em uma sessão conjunta do Congresso em 6 de janeiro. O caso dele se destacou por sua "motivação racista e antissemita", de acordo com o juiz Trevor N. McFadden, que emitiu a sentença.

Hale-Cusanelli, que tinha uma autorização de segurança secreta no momento do ataque, se defendeu e alegou que não fazia ideia de que o Congresso se reunia no Capitólio. Por não fazer sentido, o juiz disse que a versão dele era uma "mentira risível" e uma "tentativa óbvia de evitar a responsabilidade".

Para piorar, um memorando apresentado na semana passada trouxe a história de que Hale-Cusanelli disse a um colega de quarto na estação naval que havia ficado empolgado com a invasão do Capitólio. Ele comparou o ato a uma guerra, com declarações antissemitas, pois queria "eliminar interesses arraigados" nos Estados Unidos e "interesses judeus manipulando a mídia e grandes corporações, o Partido Democrata, Joe Biden e o governo como um todo".

O juiz McFadden acredita que as ações de Hale-Cusanelli são um retrato de "profunda hostilidade e insensibilidade" em relação às minorias étnicas e religiosas, tendo consequências significativas, como o incentivo a um recente aumento de ataques antissemitas em todo o país.

Os promotores não viram todas essas evidências de pensamentos extremistas de Hale-Cusanelli, apesar de dizerem que ele "subscreve as ideologias da supremacia branca e dos simpatizantes do nazismo". "É, na melhor das hipóteses, extremamente tolerante com a violência e a morte. O que ele estava fazendo em 6 de janeiro não era ativismo, era o preâmbulo de sua guerra civil".

Nicholas Smith, que faz parte da defesa de Hale-Cusanelli, reconheceu os comentários "feios e infantis" do cliente, mas alegou que ele não cometeu os mesmos crimes que outros suspeitos, que até levaram armas para o Capitólio e atacaram policiais. Ele ainda culpou o comportamento do rapaz por causa de uma educação difícil e distanciamento de seus pais.