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Navio que alertou sobre iceberg à tripulação do Titanic é achado na Irlanda

Imagem de sonar do SS Mesaba - Divulgação/Bangor University
Imagem de sonar do SS Mesaba Imagem: Divulgação/Bangor University

Do UOL, em São Paulo

28/09/2022 13h19Atualizada em 28/09/2022 14h32

O navio de onde partiu um sinal de alerta para a tripulação do Titanic sobre a presença de um iceberg, horas antes de ele se chocar contra a placa de gelo, foi encontrado no fundo do mar da Irlanda por uma equipe de pesquisadores das Universidades de Bournemouth e Bangor, no Reino Unido.

O SS Mesaba, navio mercante fabricado em 1912, estava cruzando o Atlântico quando enviou um sinal de alerta por rádio para o Titanic. A mensagem foi recebida, mas não chegou a ser lida pelo comandante da embarcação britânica, que fazia sua viagem inaugural. Algumas horas depois, em 14 de abril, a estrutura colidiu com um iceberg e acabou afundando, matando mais de 1.500 pessoas entre passageiros e funcionários.

Já o SS Mesaba continuou transportando cargas por mais seis anos, até 1918, quando foi atingido por um torpedo durante um comboio de cargas de Liverpool para a Filadélfia, nos Estados Unidos. 20 pessoas morreram, incluindo o comandante do navio. A situação que levou ao ataque não foi detalhada por autoridades.

A equipe de pesquisadores britânicos que encontrou a carcaça da embarcação usou a tecnologia de um sonar multifeixe, apelidado de "Prince Madog" — ele emite ondas acústicas em leque, que refletem no fundo do mar e voltam ao receptor, ajudando a estudar áreas mais profundas do oceano em diversos pontos de forma simultânea.

A técnica permitiu aos estudiosos identificar os contornos do navio e sua exata posição pela primeira vez desde 1918.

O SS Mesaba é uma das 273 embarcações que estão submersas no mar da Irlanda e foram escaneadas e identificadas no banco de dados do governo do Reino Unido, segundo nota da Universidade de Bournemouth.

"Os resultados do trabalho descritos no livro validaram a técnica multidisciplinar usada [nas buscas] e marcam uma nova era para a arqueologia marítima", afirmou o professor Innes McCartney, integrante da equipe de mapeamento do mar irlandês e assina como um dos autores do livro "Echoes from the Deep", que descreve a descoberta do SS Mesaba e das outras centenas de barcos.

"Antes nós conseguiamos mergulhar até alguns dos locais de naufrágio a cada ano e identificar visualmente as carcaças. O sonar Prince Madog tem habilidades únicas que nos permitiu desenvolver uma forma de custo relativamente baixo para analisar esses destroços. Nós podemos conectá-los às informações históricas sem ter a custosa interação física com o local", completou o estudioso.