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Reino Unido: oposição pede nova eleição; Boris é cotado, diz jornal

Boris Johnson é cotado para voltar ao cargo de premiê britânico - JUSTIN TALLIS/AFP
Boris Johnson é cotado para voltar ao cargo de premiê britânico Imagem: JUSTIN TALLIS/AFP

Do UOL, em São Paulo

20/10/2022 11h12Atualizada em 20/10/2022 13h52

O líder do Partido Trabalhista do Reino Unido, Keir Starmer, pediu por novas eleições gerais para a composição do Parlamento após a primeira-ministra Liz Truss renunciar mais cedo ao cargo.

Ao mesmo tempo, os Conservadores agilizam o processo para a escolha do sucessor de Truss, com a promessa de que o nome será anunciado até o dia 28 de outubro. Entre os candidatos, estaria o ex-premiê Boris Johnson, segundo afirmaram fontes ao jornal britânico The Times.

Os Trabalhistas, porém, querem pressionar a opinião pública para que as eleições gerais, marcadas apenas para janeiro de 2025, sejam adiantadas. O movimento poderia ser matador para os Conservadores, que estão com a popularidade questionada.

"Após 12 anos de fracasso conservador, o povo britânico merece muito mais do que essa porta giratória de caos. Precisamos de eleições gerais, agora", escreveu Starmer nas redes sociais, junto a uma carta.

Truss, que permancerá no cargo até que seu sucessor seja escolhido já na próxima semana, renunciou após uma grave crise de confiança desencadeada pelo fracasso de seu plano econômico para o país.

Para o líder trabalhista, este foi mais um capítulo "fracassado" das políticas dos Conservadores no Reino Unido, com destaque para a aprovação do Brexit — a saída da União Europeia.

"Nos últimos anos, os Conservadores estabeleceram um recorde de alta tributação, destruíram nossas instituições e criaram uma crise de custo de vida. Agora, eles derrubaram a economia de tal forma que as pessoas estão enfrentando 500 libras a mais por mês em suas hipotecas. Os danos que eles fizeram levarão anos para serem consertados", afirmou.

"O povo britânico merece ter voz em relação ao futuro do país. Precisa ter a chance de comparar o caos dos Conservadores com os planos dos Trabalhistas para arrumarem a bagunça, fazerem a economia crescer para a classe trabalhadora e reconstruir o país para um futuro mais justo e verde. Nós devemos ter uma chance de um novo começo", escreveu, antes de pedir pelas eleições gerais.

O que aconteceria com novas eleições? Como o Reino Unido é um sistema parlamentarista, o partido que vencer a maior quantidade de assentos é convidado pelo monarca — no caso, o Rei Charles 3º — a compor um governo. O líder escolhido pelo partido para liderar a sigla também torna-se primeiro-ministro.

Originalmente, as próximas eleições parlamentaristas estão marcadas apenas para janeiro de 2025. Quem poderia dissolver o Parlamento e adiantar esse processo seria a própria Liz Truss, que teria que fazer esse pedido ao Rei.

Os Conservadores rejeitam essa hipótese e agilizam a escolha do sucessor de Liz Truss já para o dia 28 de outubro, disseram lideranças.

Quais são os potenciais candidatos ao cargo? Alguns nomes já começam a ser citados como possíveis candidatos para substituir Truss à frente do partido e no cargo de primeiro-ministro, caso os conservadores permaneçam no poder.

O primeiro deles é Rishi Sunak, ex-ministro das Finanças derrotado por Truss na reta final da corrida pela direção do partido. Ex-banqueiro de 42 anos, ele defende uma ortodoxia orçamentária e sempre contestou a política de redução de impostos, como fez a rival.

Outro nome que emerge é o do atual ministro das Finanças Jeremy Hunt. Ele foi o protagonista da retirada de praticamente todas as medidas fiscais que haviam sido anunciadas por Truss, mas disse recentemente que não pretendia entrar na disputa para dirigir o partido.

Nomes como o de Penny Mordaunt, ex-ministra da Defesa, e o atual ministro da Defesa, Ben Wallace, também são cogitados.

Até Boris Johnson, que também renunciou ao cargo após intensa pressão interna e externa, tem pensado em colocar seu nome à disposição. Segundo o jornalista Steven Swinford, do The Times, a avaliação de aliados de Boris é que seria "uma questão de interesse nacional" que ele voltasse ao cargo.