Criatura marinha transparente surpreende explorador em mar dos EUA
Um praticante de stand-up paddle levou um susto ao encontrar uma criatura marinha transparente e pegajosa e descobriu que se tratava de uma salpa.
Em 31 de janeiro, Bill Clements, 43, estava explorando as águas de Dana Point, no sul da Califórnia (EUA), quando avistou uma grande bolha gelatinosa na água. Impressionado, ele pegou o animal com as mãos e compartilhou a cena em suas redes sociais.
No vídeo, ele toca na criatura marinha e questiona: "O que é isso?". Depois de buscar informações, Clements descobriu que havia encontrado uma salpa do mar.
"Eu não sabia o que era. Só vi algo estranho", disse Clements ao jornal USA Today. "Inicialmente, eu deduzi que era uma cobra, mas eu refleti que realmente não há cobras aqui no Pacífico."
O que mais chamou sua atenção foram os detalhes do corpo do animal.
"Este longo fio de gelatina bioluminescente parecia ser um único organismo, mas quando olhei mais de perto, parecia ser um conjunto de organismos conectados uns aos outros. Tão interessante!"
Relevância na natureza
As salpas, conhecidas cientificamente como "salpas maggiore", representam um grupo de invertebrados translúcidos que se parecem com as águas vivas, mas diferente delas, são inofensivas aos humanos.
"Elas se parecem muito com uma água-viva. Mas esses organismos não têm nenhuma célula urticante. Eles são totalmente inofensivos", disse Karla Heidelberg, professora de ciências biológicas da University of Southern California ao USA Today.
De acordo com o Coastal Interpretive Center, as salpas marinhas fazem parte dos Tunicata, um grupo de animais também conhecido como ascídias. Isso os torna mais próximos da taxonomia dos humanos do que das águas-vivas. Mesmo sendo também um membro dos salpidae, a salpa não é considerada um peixe.
Esses seres aquáticos se alimentam do fitoplâncton espalhados pelos oceanos e se movem bombeando água através de seus corpos, uma das mais eficientes práticas de propulsão a jato entre os animais, informou o Journal of Zoology.
As salpas têm dimensões que estão normalmente entre 1 e 10 cm. Algumas delas podem crescer tão rapidamente que aumentam o comprimento do corpo em até 10% por hora. Elas podem ser achadas em mares equatoriais, temperados e frios, e as concentrações mais abundantes delas estão no Oceano Antártico.
Além de não representarem uma ameaça aos humanos e outros seres vivos, as salpas são boas para o meio ambiente, principalmente para o ciclo do carbono.
Um estudo do Departamento de Ciências da Florida State University aponta que as salpas removem o dióxido de carbono da atmosfera, por meio de sua técnica de bombeamento de água e absorção de fitoplâncton. Ao subir à superfície em certos períodos, elas acumulam CO2 e o liberam nas profundezas dos oceanos. As salpas podem absorver cerca de 4 mil toneladas desses gases por dia, contribuindo para a redução do efeito estufa.
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