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Carne em mala de brasileiro preso em Portugal não tem relação com homicídio

Begoleã Fernandes foi preso em Portugal, suspeito de um homicídio na Holanda - Reprodução/Redes Sociais
Begoleã Fernandes foi preso em Portugal, suspeito de um homicídio na Holanda Imagem: Reprodução/Redes Sociais

Do UOL, em São Paulo

01/03/2023 12h58Atualizada em 01/03/2023 18h43

A carne encontrada na mala de um brasileiro de 26 anos, suspeito de um homicídio na Holanda, não tem relação com a vítima. A informação foi confirmada pela polícia holandesa a jornais locais, sem, no entanto, esclarecer a origem do material.

Begoleã Fernandes foi preso no aeroporto de Lisboa quando tentava iniciar viagem até Belo Horizonte. A roupa usada por ele tinha vestígios de sangue e ele apresentou um passaporte italiano, mas portava outros documentos de identificação em nome de terceiros, o que levantou suspeitas.

Ontem, jornais portugueses falaram em suspeita de canibalismo. Mas, após investigação, um porta-voz da polícia holandesa negou investigar o consumo de carna humana, classificando o brasileiro apenas como "suspeito de assassinato ou homicídio culposo".

Conforme informaram jornais europeus, a vítima seria outro brasileiro, Alan Lopes, que tentou cobrar de Begoleã uma dívida. Segundo o jornal holandês Het Parool, amigos de Alan receberam mensagens do suspeito na noite de domingo (26), informando que ele havia "matado o amigo Lopes e que ele estava em casa".

"Ele disse que estava tentando se defender de Alan porque ele fingiu ser um canibal. Outros amigos, então, receberam a mesma vaga mensagem", disse um amigo de Alan, Marco Cunha,ao periódico holandês.

Nas redes sociais, Begoleã Fernandes indica ser natural de Matipó (MG). Ele se define como um "gênio louco, 2% gênio e 98% louco", que gosta de MMA, história e toca guitarra.

Os pais do brasileiro fizeram publicações entre ontem e hoje nas quais ressaltam qualidades do filho. A mãe postou em uma rede social que Begoleã é um "filho e amigo presente, participativo" e que "seu erro foi envolver com pessoas erradas". O pai, Benônimo Júnior classificou o homem como "lutador". "Ele é só um rapaz tentando viver do seu trabalho. Tentando sobreviver. Infelizmente, para [não] morrer, teve que se defender", escreveu.

O UOL fez contato com os familiares do suspeito por mensagens de texto, em busca da defesa do jovem, mas não obteve resposta até o momento. Este espaço será atualizado tão logo haja manifestação.

A mãe de Alan, Antonia Lima, também fez uma publicação em memória do filho. No texto, ela diz que "sua bondade te tirou de nós, tanto que eu avisei filho, deveria ter escutado, meu amor".

O Ministério das Relações Exteriores, disse que não foi acionado até o momento, nem pelos brasileiros envolvidos no caso, nem pelas autoridades portuguesas competentes.

"O Consulado-Geral do Brasil em Lisboa permanece à disposição para prestar a assistência cabível ao nacional brasileiro, em conformidade com os tratados internacionais vigentes e com a legislação local", diz a nota.