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Carne achada com vítima não é humana; Begoleã será transferido para Holanda

Alan Lopes, de 21 anos, foi morto por outro brasileiro em Amsterdã - Arquivo Pessoal
Alan Lopes, de 21 anos, foi morto por outro brasileiro em Amsterdã Imagem: Arquivo Pessoal

Do UOL, em São Paulo

14/03/2023 17h43

A polícia holandesa concluiu que a carne encontrada na casa de Alan Lopes, 21, morto em Amsterdã por Begoleã Fernandes, 26, era de origem animal. A informação foi publicada pela irmã da vítima nas redes sociais, que disse que "mais uma mentira foi desmascarada", e confirmada em nota pela polícia.

Ao UOL, as autoridades do país também explicaram que "a transferência do suspeito está atrasada" e que Begoleã deve chegar à cidade nesta semana.

Quando foi preso com carne humana em Lisboa, o suspeito disse que levava o material como prova de um crime. A um amigo, Begoleã afirmou que Alan era canibal e que sabia que, ao se dirigir à casa dele, ia para uma emboscada.

"Ele afirmou que pegou a carne humana na nossa geladeira (...) Ontem, a perícia nos informou que todas as carnes foram analisadas, e são de origem animal", escreveu Kamila Lopes.

O que disse Begoleã:

  • Begoleã é descrito pelas autoridades holandesas como "perigoso, psicótico e com treino de artes marciais". A avaliação consta em documento encaminhado para a Justiça de Portugal.
  • Ele diz também que Lopes teria matado outro homem, que chama de "marroquino", e chamado o mineiro para comer sua carne.
  • Ao chegar na casa de Alan, Begoleã teria sido atacado, reagido com uma faca e matado o outro brasileiro.
  • Ele não respondeu o que fez com o corpo de Alan Lopes e nem o motivo de ter ido à casa dele, mesmo sabendo que era uma emboscada.
Begoleã Fernandes foi preso em Portugal, suspeito de um homicídio na Holanda - Reprodução/Redes Sociais - Reprodução/Redes Sociais
Begoleã Fernandes foi preso em Portugal, suspeito de um homicídio na Holanda
Imagem: Reprodução/Redes Sociais

O que a irmã de Alan disse:

Kamila Lopes, 25, irmã de Alan, disse ao UOL que o irmão "não era canibal" e que as acusações de que ele matava pessoas no açougue em que trabalhava não faziam sentido porque ele nunca teve acesso ao local sozinho: "a perícia está aí para isso. Do jeito que ele entrava, ele saía. Era o chefe recebendo e trancando a loja", disse.

  • A família viajava para Paris no dia do crime e Alan estava sozinho em casa;
  • Familiares e amigos tiveram acesso a áudios nos quais Begoleã diz que Alan era canibal; os áudios diziam ainda que ele teria consentimento da família para matar pessoas no açougue em que trabalhava;
  • Kamila diz não entender por que o suspeito fez estas acusações: "coisas que não têm sentido".

Não sei se em algum momento ele [Begoleã Fernandes] estava com alguma alteração psicológica e criou isso na cabeça dele, acreditou. A gente não sabe, de verdade, como, quando, onde e porque isso de fato aconteceu, o que ele criou na mente dele para acreditar em uma história dessa.Kamila Lopes, irmã de Alan

Relembre o caso:

  • Begoleã foi preso no aeroporto de Lisboa quando tentava viajar para Belo Horizonte. A sua roupa tinha vestígios de sangue.
  • O IML concluiu que a carne em sua mala era de origem humana, mas não tem relação com a morte de Alan, segundo informação da polícia holandesa e da família da vítima, que disse que o "corpo estava inteiro"
  • À imprensa portuguesa, Carla Pimentel, mãe do brasileiro preso, repetiu a versão apresentada pelo filho e disse ter aconselhado Fernandes a fugir para o Brasil.
  • O Ministério das Relações Exteriores disse que não foi acionado até o momento, nem pelos brasileiros envolvidos no caso, nem pelas autoridades portuguesas competentes.