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Família de vítima diz que Begoleã surtou: 'recebíamos ele direto em casa'

Kamila, irmã de Alan Lopes, vítima de Begoleã - Arquivo Pessoal
Kamila, irmã de Alan Lopes, vítima de Begoleã Imagem: Arquivo Pessoal

Do UOL, em São Paulo

03/03/2023 13h05Atualizada em 03/03/2023 14h18

Kamila Lopes, 25, e Antonia Lima, 45, mãe e irmã de Alan Lopes, 21, morto em Amsterdã por outro brasileiro, disseram ao UOL que Begoleã Fernandes, 26, suspeito do crime, frequentava a casa da família sempre.

O que diz a família:

  • Alan morava com a família na Holanda há 7 anos; Na residência, viviam ele, a mãe e uma irmã mais nova, de 5 anos;
  • A família de Alan viajava para Paris no dia do crime e o brasiliense estava sozinho em casa;
  • Begoleã frequentava sempre a casa da família Lopes, onde teria passado muitas noites, acolhido por Alan, por não ter "moradia fixa";
  • A mãe de Alan disse que o suspeito "comia na mesa com eles" e devia dinheiro ao filho dela "há muito tempo";.
  • Kamila diz não entender porque o suspeito acusou Alan de ser canibal e diz que são "coisas que não têm sentido" e que não sabe se Begoleã teve alguma "alteração psicológica", mas acredita que ele "surtou";
  • A família pretende cremar o corpo de Alan Lopes na próxima semana;
  • O pai e a mãe de Begoleã foram procurados pelo UOL para falarem em defesa dele, mas, até o momento, não responderam. Este espaço será atualizado tão logo haja manifestação.

Por diversas noites minha mãe já encontrou ele dormindo no sofá para não passar a noite na rua. Meu irmão também emprestava dinheiro, arrumava bicicleta para ele [Begoleã] trabalhar, roupas, e não é de agora que eles eram amigos. Já tem uns 2 ou 3 anos que escuto o nome do Begoleã em conversas do dia a dia
Kamila Lopes, irmã de Alan

Ele já devia dinheiro ao meu filho há muito tempo, mas creio que não foi o motivo. Eu penso que ele é doente. [Sobre as acusações de que Alan seria canibal] Isso não procede, não consigo nem comentar sobre esse assunto
Antonia Lima, mãe de Alan Lopes

A irmã de Alan disse, ainda, estranhar que o corpo do irmão tenha sido encontrado no segundo andar do imóvel, porque, geralmente, ele recebia os amigos na sala ou do lado de fora da casa. Kamila disse ter dúvidas também sobre a dinâmica do crime.

A gente recebeu hoje a informação de que o colchão estava sujo de sangue. Então a gente não sabe se o meu irmão estava dormindo e ele [Begoleã] chegou já com a intenção de fazer alguma maldade e fez algo com ele inconsciente. A cama da minha mãe também está suja de sangue. A gente não sabe como e estamos buscando respostas
Kamila Lopes

Begoleã Fernandes e Alan Lopes - Arquivo Pessoal e Reprodução/Redes Sociais - Arquivo Pessoal e Reprodução/Redes Sociais
Begoleã Fernandes e Alan Lopes viviam na Holanda
Imagem: Arquivo Pessoal e Reprodução/Redes Sociais

Relembre o caso:

  • Begoleã foi preso no aeroporto de Lisboa quando tentava viajar para Belo Horizonte. A sua roupa tinha vestígios de sangue;
  • O IML concluiu que a carne em sua mala era de origem humana, mas não tem relação com a morte de Alan, segundo informação da polícia holandesa e da família da vítima, que disse que o "corpo estava inteiro";
  • À imprensa portuguesa, Carla Pimentel, mãe do brasileiro preso, repetiu a versão apresentada pelo filho e disse ter aconselhado Fernandes a fugir para o Brasil;
  • O Ministério das Relações Exteriores, disse que não foi acionado até o momento, nem pelos brasileiros envolvidos no caso, nem pelas autoridades portuguesas competentes;
  • O mineiro é descrito pelas autoridades holandesas como "perigoso, psicótico e com treino de artes marciais". A avaliação consta em documento encaminhado para a Justiça de Portugal.

Após ser preso, Begoleã disse que trabalhava clandestinamente há três anos como motoboy na Bélgica e não tinha residência fixa. Nas redes sociais, Fernandes se define como "2% gênio e 98% louco", que gosta de MMA, história e toca guitarra.