Ele usou suco de limão pra ficar 'invisível' e roubar banco - e se deu mal
Balaclava, máscara, peruca... Em 1995, um assaltante de banco poderia ter optado por diversos itens para se disfarçar e completar sua missão criminosa. Mas McArthur Wheeler escolheu inovar. O norte-americano saiu para roubar dois bancos de Pittsburgh convencido de que uma estratégia inusitada iria funcionar: passar suco de limão no rosto, o que o deixaria invisível para as câmeras de segurança. Consegue adivinhar o desfecho?
Segundo o sargento Wally Long, que trabalhou na ocorrência, Wheeler ficou incrédulo ao ser preso: "Mas eu usei o suco", ele teria dito. O assaltante acreditava que o sumo do limão tinha algum efeito na captura das câmeras — algo semelhante a usar a fruta para fazer tinta invisível para usar em papéis - e relatou que chegou a realizar um teste.
O norte-americano passou o suco de limão no rosto e preparou uma máquina Polaroid para fotografá-lo, noticiou o Pittsburgh Post-Gazette.
A polícia diz que o "teste" que Wheeler acreditava ter feito com sucesso pode ser fruto de um filme estragado, má utilização da câmera ou alguma mudança no posicionamento da máquina na hora do clique.
Wheeler estava acompanhado de Clifton Earl Johnson e chegou a piscar para uma das câmeras, durante um dos assaltos. Ambos foram identificados nas imagens e presos dias após os crimes. Um dos assaltos havia rendido US$ 10 mil para eles, em cifras atuais (algo próximo de R$ 50 mil).
Por sorte, ninguém acabou queimado pela ideia ousada com limão.
Trapalhada virou estudo de caso
A história era tão bizarra que chamou a atenção dos pesquisadores Justin Kruger e David Dunning. Segundo os relatos, Wheeler não estava sob efeito de nenhuma droga nem tinha transtornos psiquiátricos.
A partir do caso, Kruger e Dunning desenharam experimentos envolvendo testes de humor, gramática e lógica. Os pesquisadores concluíram que os participantes que tinham os piores resultados tendiam a superestimar suas performances e habilidades.
A ideia é de que pessoas incompetentes não conseguem perceber que o são. Por isso, como Wheeler, são mais autoconfiantes do que as demais.
Ou seja, quanto mais um indivíduo aprende sobre determinado assunto, menos confiante ele tende a ser sobre suas próprias habilidades.
O resultado, publicado em um artigo no periódico acadêmico Journal of Personality and Social Psychology. em 1999, foi chamado de Efeito Dunning-Kruger.
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